Edição 91 - 23/10/2019

NÃO VIRE UM FRANGO DA SADIA

Entrevista com ex-banqueiro do Pactual sobre a futura reforma Administrativa

Eduardo Moreira é um ex-banqueiro de investimentos. Formou-se em Engenharia de Produção pela PUC/RJ e estudou Economia na Universidade da Califórnia de San Diego (UCSD, EUA). Trabalhou no Banco Pactual até 2009, onde foi sócio responsável pela área de Tesouraria para América Latina. Seu último livro foi intitulado “O Que os Donos do Poder Não Querem que Você Saiba” (Alaúde – 2017).

Mesmo sendo um defensor dos Servidores Públicos, Eduardo defende o corte de gastos, benesses e privilégios. “Sempre devemos buscar uma maior efetividade, uma maior produtividade, e não só no Serviço Público. Medidas que tragam maior produtividade, solidez e qualidade dos serviços são sempre bem-vindas”, destaca.

Para ele, é preciso uma campanha de conscientização social da população para desmistificar a atuação do Servidor Público. “A demonização é completamente despropositada. O primeiro motivo é que as pessoas falam como se o dinheiro que foi para o Servidor Público tivesse sido queimado, acabou, está debaixo da terra, e não é”, defende.

O especialista volta a usar como exemplo o pagamento dos juros da dívida e a Emenda 95. “Esse dinheiro volta para o mercado depois. Eles vão ao mercado, cortam o cabelo, vão à lojinha. Enquanto os juros para as pessoas que detêm a maior parte da dívida pública brasileira são pagos e depois voltam aplicados na poupança deles no banco”, argumenta.

E afirma: “Esse dinheiro não some nem aparece. Ele sai de um lugar e vai para outro. Vai para onde a [Emenda] 95 decidiu. Durante 20 anos, tudo que tivermos de sobra vai para o pagamento dos juros da dívida. É como se fosse um pote, e o espaço vazio é o que tem para investimento. As despesas já vão crescendo num ritmo que é acima da inflação. Faça reforma ou não. O gasto com investimento já está limitado”, acrescenta.

Eduardo conclui com uma reflexão: “As 200 pessoas mais ricas do Brasil ganharam no ano passado R$ 230 bilhões. Os Servidores (12 milhões de pessoas) representam quase 60 mil vezes mais pessoas e ganham três vezes mais. Quem são os vilões? São os enfermeiros, delegados, professores que ganham R$ 2 mil e trabalham onde a mortalidade é mais alta que nos lugares mais perigosos do mundo? São esses? ”, encerra.

A entrevista integral se encontra no jornal “Metrópoles”

https://www.metropoles.com/brasil/servidor-brasil/guru-dos-servidores-reforma-administrativa-demoniza-categoria

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