Edição 7 - 10/01/2018
Articulações pró e contra reforma da Previdência seguem a todo vapor
Recesso parlamentar ainda em curso, no entanto as articulações pró e contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, que dispõe sobre a reforma da Previdência, seguem a todo vapor.
Atendendo a convite do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP), dezenas de representações sindicais participaram, nesta terça-feira, 9 de janeiro, de encontro no escritório regional do parlamentar para discutir a continuidade das ações de enfrentamento à matéria. Natalino Sakamuta e Hilton Barlach, conselheiros do Sinal em São Paulo, integraram a mesa de debates.
De acordo com o deputado, o governo desistiu de flexibilizar a “regra de ouro” da Lei de Responsabilidade Fiscal, conforme noticiou a edição nº6 do Apito Brasil, para manter o foco apenas na proposta de reforma, que deve protagonizar a pauta do Legislativo logo na volta aos trabalhos, no próximo mês. Ainda, criticou a forte ofensiva mantida pelo governo, com elevados gastos em propaganda e inúmeras intervenções na mídia em defesa da PEC.
Lideranças presentes ponderaram que a rejeição ao texto do projeto deve ser integral, visto que o Executivo e sua base construíram um texto unilateral, sem levar em consideração as diversas vozes e demandas da sociedade. Foi indicada, ainda, a manutenção de manifestações nas bases estaduais dos deputados, em especial durante o período de recesso.
O deputado, que dirige a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social juntamente com o senador Paulo Paim (PT/RS), informou que o Auditório Nereu Ramos da Câmara está, antecipadamente, reservado para os dias 18 e 19 de fevereiro – datas mais prováveis para votação da matéria em 1º turno no Plenário – para que as carreiras mantenham diálogo sobre o assunto.
Outras entidades que integram o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), a exemplo de Anfip e Sindilegis, também compareceram à reunião desta terça-feira.
Governo reforça “investimento”
Na imprensa, a notícia é de que o Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, terá à disposição nos próximos dias cerca de R$10 bilhões para reforçar o poder de barganha com parlamentares, em troca de votos favoráveis à reforma da Previdência.
Além da vultosa quantia a ser direcionada, em tese, às bases regionais de apoiadores, o governo segue colocando à disposição cargos de diferentes escalões no Executivo em busca de aliados. O mais recente e eminente exemplo é a insistência na indicação da deputada Cristiane Brasil (PTB/RJ) para o Ministério do Trabalho, mesmo sob o peso dos maus antecedentes e de toda a repercussão negativa que o fato vem gerando na opinião pública.