AS PERSPECTIVAS DO SERVIÇO PÚBLICO NO CONGRESSO NACIONAL (II)
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Hoje prosseguimos divulgando o conteúdo da “live” do Assessor Parlamentar e Consultor do Sinal Vladimir Nepomuceno, realizada pelo Sinal-RJ.
O assunto agora é a PEC 23 (a PEC dos Precatórios), que também traz muitas implicações para o ambiente político em 2022 e para a futura gestão do executivo federal.
Para os colegas que não estão acompanhando, é importante lembrar que a referida PEC possui vários objetivos, alguns explícitos e outros velados que sequer são mencionados pelo Presidente da Câmara, mas que enfrentam oposição no Senado.
O foco da proposta não é resolver qualquer problema fiscal ou financeiro da União; o seu objetivo é dar instrumentos ao governo federal para enfrentar as eleições de 2022 com o Auxílio – Brasil, e, de quebra, mas não menos importante, fortalecer a posição política de Arthur Lira e do Centrão para manter, e se possível ampliar, os mandatos dos políticos que “fecham” com ele.
A saída da prisão do teto de gastos foi construída para arrefecer resistências políticas e oferecer saídas pseudo constitucionais para mitigar as críticas do STF.
Porém deixaram inalteradas rubricas politicamente sensíveis aos interesses acima citados.
No próximo ano o governo deveria pagar 89 bilhões em dívidas judiciais já transitadas em julgado (precatórios).
A PEC propõe pagar 27, 6 bi das chamadas Requisições de Pequeno Valor (RPVs), 19 bi referentes a dívidas judiciais de idosos, que têm prioridade legal para recebimento, e 40% do FUNDEF (7,2 bi), fundo de educação básica extinto em 2006), devido a 4 Estados – Bahia, Ceará, Pernambuco e Amazonas – por conta de um erro do governo no repasse de recursos.
Ocorre que o total que o governo diz que vai pagar é de apenas 41,1 bi (a conta não fecha), ou seja, cerca de 49,6 bi não seriam pagos em 2022.
Seriam simplesmente lançados para o futuro.
A liberação de 49,6 bi liberariam 20 bi para as emendas do relator (Orçamento secreto), ferramenta eleitoral fundamental para os objetivos de Lira e do Centrão; outros 5 bi engordariam o fundo eleitoral para os partidos em 2022 (não confundir com o fundo partidário).
Sobre estes números e a sua distribuição é que acontecem as conversas de bastidores que permitiram a aprovação da PEC na Câmara dos Deputados, mas que não sensibilizam os senadores.
O restante iria compor os recursos para a criação do “Auxílio – Brasil”, programa de renda mínima de 400 reais com a cara do atual governo, mas com data para acabar: dezembro de 2022, ou seja, no mês seguinte ao da eleição.
É importante ressaltar que a engenharia fiscal e a arrumação da clientela do novo benefício deixará de fora muita gente que espera receber o auxílio.
O atual Bolsa-família, no valor que pode chegar até R$ 192,00, não inclui cerca de 2,4 milhões de pessoas que já estavam cadastradas e esperando para participar do Programa Social.
Eles serão incorporados no novo Auxílio.
O Bolsa-família também deveria ser corrigido pela inflação, o que elevaria o seu valor para R$ 230,00, portanto percebemos que o valor que será de fato acrescido é de apenas R$ 170 para o benefício chegar nos R$ 400.
Porém, como dissemos, só até dezembro de 2022, após esta data voltaria para os R$ 230.
E quem recebia o Auxílio-emergencial que acabou de ser pago?
Na verdade, aqueles que não são beneficiários do Bolsa-família ou tinham o seu cadastro aprovado simplesmente não receberão nada do novo Auxílio – Brasil.
Isto significa que 24 milhões de pessoas não receberão mais nada com o fim do Auxílio emergencial.
Como a PEC ainda não foi aprovada, o valor que está sendo pago é de apenas R$ 224, um pouco abaixo do que deveria estar sendo pago pelo Bolsa-família corrigido (R$ 230).
Qual o impacto para os detentores de precatórios que não sejam idosos ou não façam parte do RPV’s (as vítimas da “PEC do Calote”, como passou a ser conhecida)?
A crescente “indústria” de compra de precatórios federais desenvolvida no mercado financeiro e que já exigia deságios de até 40% para a compra destes direitos creditórios simplesmente parou, retirando qualquer liquidez destes títulos.
Conforme o Próprio Arthur Lira foi obrigado a declarar, não há qualquer espaço na PEC para realizar reajustes aos servidores públicos, não passando de mais uma “fake news” espalhada pelo governo federal no intuito de angariar apoio.
A bola agora está com o Senado Federal, que joga um jogo político próprio, no qual o atual governo enfrenta mais dificuldades.
Portanto, a luta continua até a nossa vitória!
No próximo e último Apito Carioca sobre a “live” falaremos sobre o decreto 10.620 e a transferência de aposentados e pensionistas para o INSS.
Não perca!
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