Edição 74 – 11/6/2014

Audiência pública debate o esvaziamento do quadro de servidores do Banco Central


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Autoridades de diferentes setores debateram, em audiência pública, ontem, 10 de junho, na Câmara dos Deputados, sobre o esvaziamento do quadro de servidores do Banco Central e o risco de RH. Na audiência pública, foram apresentados dados sobre a defasagem de pessoal no órgão e argumentos que comprovam a gravidade da situação enfrentada pelo Bacen. De acordo com representante do Planejamento, mais nomeações ocorrerão. Porém tal medida não supre, nem de longe, as necessidades da autarquia.

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Daro Piffer, Assis Melo, Nilvanete Ferreira e Marcelo Pereira

A mesa de trabalhos, dirigida pelo deputado federal Assis Melo (PCdoB/RS), foi composta pelo presidente nacional do Sinal, Daro Piffer, a chefe do Departamento de Gestão de Pessoas do Banco Central, Nilvanete Ferreira e o coordenador-geral da Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento, Marcelo Pereira. Os deputados federais Chico Lopes (PcdoB/CE), Ariosto Holanda (PROS/CE) e Sebastião Ferreira da Rocha (SD/AP) também marcaram presença.

Após Nilvanete Ferreira apresentar dados sobre a carência de servidores no BC, Daro enfatizou, em sua apresentação, que o problema tende a se agravar com novas aposentadorias. “Estamos diante de uma bomba-relógio. As novas admissões não suprem a falta causada pelas aposentadorias, somada à defasagem que o banco já sofre”, disse, lembrando também que a capacitação no Banco Central pode ser outro problema. “O período para se treinar um servidor da área de fiscalização, por exemplo, é de 3 a 5 anos. Com tantas pessoas deixando o órgão, a transferência de conhecimento e o desempenho das atribuições são prejudicados também”, concluiu.

Para Marcelo Pereira, o Banco central não foi preterido e o Planejamento reconhece a situação, com esforços para atender às reivindicações “O Bacen não foi deixado de lado, pelo contrário, muitos outros setores nem sequer receberam novos servidores. Na medida do possível, tentamos suprir as necessidades”, afirmou. Mas vale ressaltar que outros órgãos, como o próprio Ministério do Planejamento, por exemplo, receberam uma carga de servidores além do previsto em editais. Marcelo garantiu a nomeação de mais 250 aprovados, o que não representa uma solução ao problema.

O deputado federal Chico Lopes alertou para o risco que a autarquia corre. “O Banco Central fragilizado só favorece banqueiros e contraventores”, disse. Ele também sugeriu a formação de uma comissão especial para que a classe de servidores seja ouvida por autoridades da Casa Civil. 

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