Edição 103 – 24/6/2020

Estudo enumera argumentos contra a redução salarial do funcionalismo


“Por que não é uma boa ideia financiar a prorrogação do auxílio emergencial com corte de salários de servidores públicos?”. A pergunta norteia estudo do economista Bráulio Cerqueira, divulgado nesta terça-feira, 23 de junho, pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).

O documento enumera nove razões pelas quais a redução remuneratória do funcionalismo não é uma alternativa salutar para a economia neste momento de crise. O tema vem ganhando força no Legislativo, com apoio público do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ).

Confira, a seguir, o primeiro ponto destacado pelo economista:

1. A economia em retração precisa de estímulo, ao invés de redução do poder de compra das famílias

É crucial na crise reverter o círculo vicioso colocado em marcha pela interrupção forçada da produção, demissões, queda do consumo, baixa das vendas, compressão de lucros e novas demissões.

Uma vez que os efeitos econômicos da pandemia se estenderão por mais de um trimestre, a prorrogação do auxílio emergencial aos trabalhadores mais vulneráveis é fundamental, como aliás desde sempre propugnaram as entidades de classe dos servidores:

I) ajuda a atender as necessidades básicas de mais de ¼ da população brasileira;

II) compensa parcialmente a paralisia das vendas;

III)   fomenta as receitas de empresas e prestadores de serviços.

Cortar salários dos servidores públicos prejudica ainda mais a atividade econômica, pois dificulta o pagamento de dívidas, de aluguéis e das despesas de consumo das famílias, reforçando a crise dos serviços e da indústria.

Diferentes cenários apontam retração da economia este ano entre 6,5% e 12%. Estima-se que um corte horizontal de 25% dos salários dos servidores dos três níveis da federação provoque queda adicional de 1,4% do PIB, um contrassenso econômico absoluto.

O estudo é pauta de campanha, recém-lançada, pelas entidades do Fonacate nas mídias sociais. Acompanhe nas páginas do Sinal no Facebook e no Instagram. Curta, comente e compartilhe.

Confira aqui o estudo completo.

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