Edição 204 – 29/11/2018

Moção da 28ª AND do Sinal


Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, anuncia sua saída, o funcionalismo permanece, seus pleitos também

O presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn está praticamente se despedindo da casa, pois, segundo suas próprias declarações à imprensa em geral, permanecerá no cargo apenas até a nomeação do próximo presidente indicado, Roberto Campos Neto.

Ao ser sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado Federal, em 7.6.16, que aprovou sua indicação, o presidente Ilan externou sua confiança nos servidores do Banco Central para cumprir a missão para a qual estava sendo designado: “Para o enfrentamento desses desafios, minha maior confiança reside na competência e na dedicação dos servidores do Banco Central”.

O que indagamos, agora, é qual o legado que Ilan Goldfajn deixará para o funcionalismo deste órgão, que lhe deu a possibilidade de receber vários prêmios de reconhecimento, inclusive o de “Central Banker of the Year 2018”, concedido pela publicação britânica The Banker, especializada em finanças internacionais, pertencente ao Financial Times.

Algumas questões, listadas a seguir, foram constantes durante o mandato do presidente Ilan, que por diversas vezes manifestou sua posição favorável aos pleitos, mostrando-se comprometido com suas resoluções, sem, contudo, alcançar sucesso em nenhuma delas.

  • Correção da assimetria salarial com carreiras congêneres;
  • Correção de diferenças salariais entre as próprias carreiras do BCB;
  • Estabelecimento de Nível Superior para o ingresso no cargo de Técnico do BCB;
  • Alteração da nomenclatura do cargo de Analista, da carreira de Especialista, para Auditor;
  • Reajuste dos salários, que se encontram congelados há quase 20 anos, dos funcionários celetistas da ativa.

Não há como avaliar a intensidade do envolvimento do presidente Ilan para a efetiva solução dessas reivindicações do funcionalismo, nem tampouco as dificuldades que porventura tenha encontrado com seus interlocutores, até porque não foram tornadas públicas, mas, indiscutível, foi o fracasso nas tentativas. Por outro lado, nas questões internas como licença-capacitação e programa de saúde, por exemplo, o que houve foi um grande retrocesso.

Ao final, o que restará da passagem do presidente Ilan Goldfajn pela presidência do Banco Central do Brasil, no tocante ao corpo funcional da Autarquia, é um órgão com o menor número de servidores de sua história, com as assimetrias salariais, internas e externas, cristalizadas e os servidores frustrados no atendimento de suas legítimas reivindicações.

Mas, o mandato do presidente ainda não acabou, já que confirmou sua permanência até a posse do sucessor, havendo tempo, ainda, para se redimir dessa inoperância e, quem sabe, virar o jogo e demonstrar seu valor também para aqueles que têm construído o Banco Central e, a cada geração, individual e coletivamente, mantido a qualidade e a probidade da instituição.

Os presidentes e as diretorias do Banco Central passam, os servidores permanecem, garantindo a excelência de sua atuação no cenário nacional e internacional.

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