Edição 1 – 4/1/2021

O BC frente à Covid-19: com dados e prognósticos desfavoráveis é necessário adiar a data prevista para retorno gradual às atividades presenciais


Trabalho presencial: já é hora de voltar? No transcurso da crise sanitária causada pela Covid-19, ao longo de 2020, este, sem dúvida, foi um dos principais questionamentos levantados no âmbito dos órgãos da Administração Pública. Nas diversas ocasiões em que o tema veio à tona, o Sinal manteve firme o entendimento de que o risco à saúde dos servidores, de seus familiares e da sociedade como um todo, por si só, fundamenta a resposta negativa à pergunta inicial.

Do crescimento do número de contaminações e óbitos na fase inicial da pandemia, passando pelo decréscimo em meados do segundo semestre do ano que findou, até o recrudescimento atual, os dados mostram que não há segurança para um movimento de retorno às repartições públicas. No entanto, no Banco Central do Brasil, segue prevista para a próxima segunda-feira, 11 de janeiro, a retomada gradual das atividades presenciais em todas as praças, conforme indicado na Resolução BCB nº 47.

É importante destacar que, devido à dinâmica de incubação do novo coronavírus, os efeitos dos excessos infelizmente constatados nas festas de fim de ano deverão ser sentidos durante toda a primeira quinzena de janeiro. Portanto, um retorno neste período torna-se ainda mais temerário.

Outro ponto a ser considerado é o fato de que o aumento na ocupação dos edifícios da Autarquia pelo país eleva também a demanda por serviços de administração predial, manutenção, conservação e segurança, obrigando que mais pessoas circulem em suas instalações. Risco elevado também para aqueles servidores que, devido à natureza essencial de suas atribuições, não puderam se submeter ao regime de trabalho remoto excepcional.

Mais uma vez, reforçamos a recomendação de que a direção da Casa repense a necessidade de um retorno neste momento e faça valer os esforços empreendidos até aqui, especialmente tendo em vista que o processo de imunização se aproxima. O momento é de manutenção da cautela e de priorizar, do ponto de vista da política de gestão de pessoas, o aprimoramento dos instrumentos do teletrabalho.

Definitivamente, ainda não é hora de voltar!

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