Edição 028 - 17/04/2018

O projeto de autonomia da diretoria do BC: E nós?

 

Na quinta-feira, 12 de abril, o presidente Ilan Goldfajn e outros Diretores do BCB se reuniram com os servidores no auditório do Edifício-Sede, em Brasília, para aquilo que já foi definido pelo “Conexão Real” em encontros anteriores como um “bate-papo”.

O que é um “bate-papo”? Vamos ao dicionário: “Diálogo rápido e informal; conversa ligeira, sem delongas, sem aprofundamentos. Conversa sem pretensões só pra passar o tempo”.

Será que ainda tem gente inocente que acha que a diretoria está preocupada com os rumos da nossa carreira? Ainda não aprenderam o óbvio: para os diretores , carreira, para os demais, plano de cargos e salários. Não aprenderam nada com a Emenda 51? Projetos de lei no Congresso Nacional são tratados conforme quem sejam os seus patrocinadores. Negociações são feitas diretamente pelos interessados, e tudo é negociável exceto aquilo que realmente nos interessa. Os políticos são os únicos que podem oferecer emendas e com isso apoiar ou afundar um projeto.

No fundo, é uma guerra, só que ninguém vai para uma guerra desarmado! A menos que queira fazer teatrinho para as câmeras. A arma do servidor é o seu Sindicato, união de esforços. Ele terá a cara da sua categoria e no relacionamento com o Banco deverá sempre ter uma postura profissional de negociação para a defesa das demandas, primordialmente dos seus filiados, sem perder de vista o interesse da categoria. No Congresso Nacional, lhe cabe a articulação e a negociação destes mesmos interesses junto aos políticos.

A diretoria não gosta de tratar com o Sindicato, para não ter que negociar, finge que ele não existe e com isso, infelizmente, conta com o apoio de alguns colegas cheios de imaginação teatral. Dividir para reinar é estratégia antiga.

As demais categorias que avançaram em seus planos de cargos tiveram à frente o apoio institucional, quer seja no Congresso quer seja nos gabinetes do Executivo. Foi o que aconteceu com a Secretaria da Receita Federal, Advocacia Geral da União e Departamento de Polícia Federal. Sem o efetivo desejo e vontade política da Direção da Casa continuaremos distantes das demais carreiras valorizadas.

O projeto de autonomia do Banco procura simplesmente a “blindagem” da diretoria do BCB contra o governo que será eleito no final do ano e ponto final. Os detalhes vão ficar por conta do Rodrigo Maia.

Aos servidores do Banco, nada, apenas o novo termo de “consultor” e uma carteirinha funcional própria. O resto corre somente na imaginação daqueles que creem que os novos poderes da diretoria irão transformá-la, mesmo sem a pressão de um Sindicato, em uma “benemérita” da categoria frente ao governo federal.

Isto é sonho de uma noite de verão!

Será que os colegas inocentes que têm “horror” a Sindicatos ainda não perceberam que só conseguem fazer o papel de “massa de manobra” para a diretoria? Não é difícil perceber que, até o momento, “gente de preto” só serviu para fazer “bate-papo”, mas isto eles fazem com prazer, até porque saliva é de graça.

Somente a união de esforços dos servidores com proposta discutida pela categoria poderá consolidar nossa força para o enfrentamento com a Diretoria. Venha trazer suas ideias e discuti-las junto àqueles que têm a estrutura necessária para bancar uma guerra.

LUTE CONOSCO, PROCURE O SINAL!

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