Edição 134 – 1/8/2017

PASBC: O que está em jogo?


(transcrição do Apito Carioca, de 31.7.17)

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O Banco Central encomendou um relatório técnico à Consultoria Salutis. A motivação, um crescente déficit orçamentário em nosso programa de saúde. Além de fatores evidentes como o envelhecimento do quadro funcional, o relatório aponta para aquilo que já é considerado como um fator explosivo em planos de saúde: A “inflação médica”.

Os custos de diagnósticos por intermédio de aparelhos sofisticados, as caixas-pretas de internações em unidades intensivas cujos gastos cobrados podem simplesmente equivaler, em termos financeiros, à economia de uma vida inteira. Mesmo os planos de saúde privados, acostumados a simplesmente repassar os seus custos aos seus clientes, já perceberam que tal estratégia está se tornando inviável, pois com o desemprego e a queda de renda da população, assistem o crescimento vertiginoso dos desligamentos. Isto acontece no exato momento em que a já desfalcada rede pública de saúde se encontra em pleno sucateamento. A população, agora ladeada pela até então orgulhosa classe média, caminha rapidamente para um moedor de carne!

No Banco Central, muitos colegas acreditam estar livres deste pesadelo. Afinal de contas o nosso programa de saúde é gerenciado pelo Banco. Estamos falando de outros colegas e não de uma Assim ou de uma Amil.

Se você utiliza o PASBC sabe que não é bem assim (desculpem o trocadilho), a terceirização avança a passos largos neste setor. Nas regionais então o processo é realmente alarmante.

O Banco Central, por intermédio do Sr. Marcelo Cota e seus especialistas, estão fazendo um verdadeiro “Road Show” para ouvir funcionários e entidades a respeito do modelo 4 da Salutis, uma proposta de sustentabilidade financeira que joga nas costas dos funcionários a cobertura de futuros déficits: O que acham? Têm algo a dizer? Percebem como é grave a nossa situação?

Pergunta que não quer calar: Se o déficit é tão grave e escandaloso, porque só agora foram abertas as despesas para análise? Como o Banco não apresentou ainda um modelo de gestão que pelo menos procure atenuar o problema? A ideia do Banco de solução para o PASBC é literalmente manter o atual nível de gestão e os funcionários que se virem para pagar daqui por diante, como se fosse um plano de saúde privado qualquer?

Segundo o Banco estamos entrando na reta final, afinal eles já abriram prazo para “sugestões” e todos serão “ouvidos”. Ocorre que ouvir não é o mesmo que dialogar e procurar um consenso. Infelizmente ainda não sentimos disposição da administração para discutir seriamente a gestão do PASBC.

Até aqui a única coisa que sentimos é um incômodo inexplicável ao redor dos nossos pescoços, e a apatia de carneiros sendo conduzidos para um moedor de carne.

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