Edição 100 – 19/6/2020

Possível retorno às atividades presenciais é tema de reunião entre Sinal e BC


O Sinal se reuniu nesta quinta-feira, 18 de junho, com representantes do Banco Central do Brasil para discutir questões relativas à possível volta ao trabalho presencial dos servidores. Pelo BC, participaram o Chefe de Gabinete da Dirad, André Mueller, e o Chefe do Departamento de Gestão de Pessoas, Educação, Saúde e Organização (Depes), Marcelo Cota, e, representando o Sinal, o presidente, Paulo Lino, e os diretores de Ações Estratégicas, Andréia Medeiros, de Qualidade de Vida no Trabalho, José Leite, e de Relações Externas, Francisco Tancredi.

Mueller esclareceu que não existe intenção por parte do BC em apressar a volta ao trabalho presencial, nem tampouco data prevista para que isso aconteça, mas, considerando a possibilidade de que o Ministério da Economia venha a determinar esse retorno, que será cumprido, a administração está trabalhando em um Plano de Ações visando garantir que o mesmo se dê da forma mais segura possível.

Informou que em todas as sedes do BC serão adotadas medidas para evitar filas e aglomerações nas áreas comuns e nos elevadores. Distribuição de equipamentos de proteção individual, maior distanciamento entre as estações de trabalho e manutenção dos filtros do ar condicionado, com a possibilidade de as janelas permanecerem abertas, são algumas das providências que estão sendo tomadas preventivamente, às quais poderão se somar outras voltadas para o controle do estado de saúde dos frequentadores dos prédios.

O Sinal reafirmou sua posição, tomada desde que ecoaram os primeiros rumores do possível retorno ao trabalho presencial, de que considera a volta, neste momento, precipitada, feita unicamente para justificar uma narrativa do governo e que continuará fazendo tudo o que estiver ao seu alcance para evitá-la, não descartando judicializar a questão para responsabilizar, a quem de direito, por qualquer dano que venha a ser causado aos servidores.

Ressaltou que as condições atuais não são em nada melhores do que as existentes no mês de março, quando o trabalho remoto excepcional e temporário foi instituído. Muito pelo contrário, sob todos os aspectos, a pandemia da Covid-19 se mostra atualmente mais avassaladora no país, com um crescimento exponencial no número de infectados e de óbitos.

Lembrou ainda as argumentações médico-científicas que evidenciam o perigo de contágio que representam o uso de transporte coletivo e a concentração de pessoas em ambientes fechados e que a não exposição dos servidores a tais riscos, preserva sua saúde e de seus núcleos familiares como, também, de toda a sociedade.

O Sinal enalteceu a iniciativa tomada pela administração do BC, propiciando que rápida e eficientemente grande parte dos servidores pudesse ser colocada em trabalho remoto. Salientou que os servidores se adaptaram, também rapidamente, às novas condições de trabalho e, mesmo com as dificuldades inerentes a essa situação atípica, têm conseguido manter as atividades da Autarquia funcionando a contento.

O Sindicato deixou claro, ainda, que considera todas as medidas preventivas, no caso de uma volta ao trabalho presencial neste momento, meros paliativos diante do grande risco a que todos serão submetidos. Observou também que todo o crédito acumulado pelos acertos da administração, até agora, será suplantado, em muito, por um único contágio, pela perda de uma única vida, que venha a acontecer por um retorno inoportuno e desnecessário ao trabalho presencial.

Finalmente, os representantes do Sinal enfatizaram a necessidade de que todos os argumentos sejam levados à direção do BC, para que ela se posicione perante o Ministério da Economia, pleiteando que o bom senso prevaleça e que os órgãos que tenham se adequado satisfatoriamente a esta forma de trabalho remoto, temporária e excepcional, enquanto durar a situação de risco à saúde pública decorrente do novo Coronavírus, possam decidir, de acordo com sua conveniência, a hora mais adequada para retorno ao trabalho presencial.

O trabalho remoto salva vidas!

Não é hora de voltar!

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