Edição 14 – 11/2/2016

Projeções inflacionárias indicam novo patamar de corrosão salarial


Acordo assinado, hora de conferir, à luz do andar da inflação, o saldo devedor do governo em relação ao poder de compra dos servidores do Banco Central.

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O pedido de reposição linear de 27.3%, a que o governo fez ouvidos de mercador, se atendido teria reposto o poder de compra de julho de 2010, indo cerca de 1% além. Mas para repor o patamar conquistado em julho de 2008, parcelado em três vezes, muito ainda faltou.

No entanto, por ora ninguém recebeu nada. O ajuste fiscal sobre a folha de pagamentos empurrou para agosto uma parcela de 5.5% e, para janeiro do ano seguinte, outra de 6.99% a quem, como os especialistas do Banco Central, assinaram por quatro anos.

O que faltará, então, é um reajuste de 20% sobre os salários já corrigidos pelo acordo, tão somente para acertar o rombo produzido em 5,5 anos. E quase 32% para respeitar a obrigação constitucional de rever os salários anualmente, repondo-lhes, no mínimo, a inflação.

As carreiras que assinaram com parcela de 5% para janeiro de 2017, como os procuradores do Banco Central, ficaram defasadas em mais dois pontos percentuais, aproximadamente. No caso dos membros das carreiras jurídicas em atividade, parte do prejuízo será atenuado pelo bônus concedido.

Recuperar o poder de compra, e mais, receber as diferenças aprisionadas, inscrevem-se entre as tarefas primordiais da campanha salarial 2016.

Mais ainda considerando que os bancos operadores da folha de pagamentos dos servidores públicos concordaram com o pagamento de uma comissão ao governo de 1,03% sobre os créditos efetuados em suas instituições.

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