QUANDO OS BANCOS FAZEM FILANTROPIA
Existe na Área de Fiscalização do Banco Central um enorme repertório de histórias folclóricas sobre “causos” e “achados” em auditorias de instituições financeiras daquilo que se convencionou chamar de “contabilidade criativa” dessas instituições.
Certa ocasião, em uma cooperativa, um vultoso empréstimo concedido a um parente de diretor estava registrado como em curso normal, ou seja, com todos os pagamentos em dia.
Solicitados os comprovantes, foram entregues recibos expedidos e uma listagem dos cheques que entravam pontualmente na tesouraria na data de vencimento.
Obviamente, nova solicitação foi feita para a entrega do imprescindível extrato bancário indicando a entrada efetiva dos recursos.
Após se esgotar o prazo e a paciência dos fiscalizadores, a instituição contou a sua “estorinha triste” e mostrou todos os cheques intactos que se encontravam na tesouraria.
Nenhum deles foi depositado na conta corrente da instituição.
Segundo a instituição, era uma prova da “boa-fé” do cliente.
O nome disto é fraude, mas no jargão jurídico foi um lapso imperdoável que não se repetiria.
A estória voltou à lembrança com a notícia de grande repercussão de que o Itaú doaria R$ 1 bilhão para o combate ao Coronavírus.
Não poderíamos deixar de louvar a iniciativa, mesmo sabendo que o valor, nas devidas proporções, representa apenas 3,58% do lucro líquido do banco em 2019.
Ainda assim, uma iniciativa de mérito, pois conforme o seu presidente, a quantia doada possuiria tratamento igual a qualquer outra despesa do banco e não gozaria de qualquer benefício tributário.
Porém, como hábitos são difíceis de esquecer, fomos então tentar entender como exatamente ocorreria esta operação filantrópica.
Não nos espantou saber que a referida doação não iria para qualquer entidade médica ou de saúde.
Na verdade, a doação vai para a própria Fundação Itaú Social e será administrada por um grupo de profissionais da área de saúde liderados pelo médico Paulo Chapchap, diretor geral do Hospital Sírio-Libanês.
(É claro que do grupo participa Drauzio Varella, pois notoriedade é tudo neste tipo de comissão).
Segundo o presidente do Itaú, tal grupo decidirá onde alocar a quantia e como fazer isso.
Como sabemos de antemão, nestes casos nada é deixado ao acaso.
Filantropia institucional é algo muito sério, e por isto só pode existir devidamente acompanhada do respectivo Departamento de Propaganda e Marketing.
Na verdade, é uma alocação de recursos entre este último e a Fundação.
Na qual a propaganda institucional busca “humanizar” uma empresa que está longe de ser benquista pela sociedade (segundo Pesquisa XP de janeiro/2020, bancos têm 35% de Credibilidade).
Um exemplo: segundo Chapchap, a primeira ação será uma campanha publicitária que recomendará o uso de máscaras.
Mais previsível impossível.
E junto com esta, novas campanhas virão.
É claro que também haverá outras atividades, mas o roteiro principal já está definido.
Esta doação também busca um objetivo estratégico de médio prazo.
Os bancos lucraram astronomicamente no ano passado: só o Itaú registrou ganhos na ordem de R$ 26,6583 bilhões.
Como isto é possível em um país que apresentou um quadro econômico tão pífio nos últimos 5 anos?
Como explicar a próxima ajuda de liquidez potencial de cerca de R$ 1,2 trilhão, sem contrapartidas, para a compra de carteiras de crédito e o melhor funcionamento deste tipo de instituição?
Quando a política fiscal contracionista voltar a ser ativada no pós-pandemia, o que já é dito aos quatro ventos, quem deve pagar a conta?
Não nos admiraríamos se pintassem de laranja e azul o túmulo da Madre Teresa de Calcutá.
Esta conta não é nossa!
Colega,
Informamos que, em decorrência da Pandemia de Coronavírus ora em curso, o Conselho Regional do Sinal-RJ decidiu, em Telerreunião realizada em 25.03.2020: 1 – Ficar o CR do Sinal-RJ em Estado de Reunião Permanente, via WhatsApp. 2 – Realizar o CR do Sinal-RJ ao menos uma Telerreunião Ordinária Semanal, às quartas-feiras, das 15h às 17h. 3 – Divulgar em Apito Carioca as iniciativas apontadas nos itens 1 e 2 imediatamente acima, apresentando as razões para terem sido tomadas. 4 – Publicar ao menos duas Edições por semana do Apito Carioca, contendo o Box Campanha Sinal-RJ de Combate ao Coronavírus. 5 – Debater e tomar decisões, na (s) próxima (s) Telerreunião (ões) do CR do Sinal-RJ, a respeito de formas concretas (além da publicação do Apito Carioca) de aproximação e incremento da relação com a Comunidade BCB no Rio de Janeiro. 6 – Idem, a respeito de formas concretas de realização de Campanha Sinal-RJ de Solidariedade aos Portadores de Coronavírus, que teria como objetivo o auxílio a pessoas carentes de recursos de variadas naturezas (como, por exemplo, a doação de alimentos, produtos de higiene etc., buscando sensibilizar os colegas de Banco quanto a isso). Tais ações vêm sendo implementadas e serão permanentemente aqui trazidas a você. Em tempos de Combate ao Coronavírus, cuide de você e de todos nós! Fique em casa! |
CAMPANHA SINAL-RJ DE COMBATE AO CORONAVÍRUS FIQUE EM CASA! “O Estado deveria intervir de forma mais efetiva, garantindo a todos as mesmas condições de prevenção e condições adequadas e seguras de trabalho aos profissionais da Saúde – Foto: Ione Morreno – Semcom. Leia mais. Informes PASBC:
Mudanças no atendimento presencial do Depes (Ambulatório, Direto ao Ponto e PASBC) Credenciados para realização do exame pelo PASBC * Mais informações no Portal PASBC: https://www3.bcb.gov.br/ |
ATENDIMENTO DO SINAL-RJ DURANTE A QUARENTENA
Central Telefônica – Sede (21) 3184-3500 (siga-me)
Obs.: Ao ligar para a central a sua ligação será encaminhada para um dos funcionários do Sinal. Por favor, aguarde o direcionamento. Após o sinal de chamada o telefone ficará mudo, mas logo você será atendido. Não desligue!
Recepção: Jenilson (21) 98338-7621
Atendimento ao Filiado: Erika (21) 98871-0505
Secretaria: Marcelly (21) 98303-4869
Financeiro: Rose (21) 99725-4424
Presidente Regional: Sergio Belsito (21) 98124-1330