Edição 82 - 19/08/2005

Você fez a sua parte: parabéns, funcionalismo do BC !

Consciente. Responsável. Como sempre, ontem o BC parou assim.

Na média, Sede e regionais contabilizaram 70% de paralisação. Oito delas ficaram sem o trabalho do Meio Circulante. O BC inteiro votou por nova paralisação nos próximos dias 24 e 25 de agosto.

A auto-confiança dos servidores em suas demandas por um BC melhor, que os trate também melhor, determinou o sucesso. O Governo já começou a se mexer: ontem mesmo o Secretário de Recursos Humanos do MPOG, Sérgio Mendonça, se comunicou com o SINAL, preocupado com o movimento e visando ao agendamento de uma reunião, ainda sem data marcada.  

A rápida, embora tímida resposta, evidencia dois fatos. O primeiro deles: o governo só funciona quando pressionado; o segundo: é preciso engrossar a mobilização para efetivamente conseguirmos colocar nossos pleitos.

O desmantelamento do BC, paulatino, insidioso, causado por tantas instâncias e interesses diferentes, vem desde a era Collor, passou pela reestruturação de ’99 e continua no governo atual.

A sujeição ao governo, por obrigação constitucional, e a conseqüente perda de autonomia, inclusive financeira, foi outro desastre. O BC passou a ser “baratinho”.

A economia “doméstica”, hoje, pauta todos os custos e gastos. Pauta um futuro amesquinhado, que acaba por apequenar o espírito do funcionalismo.

A paralisação demonstra que pretendemos o melhor: pra nós, pro BC, pro Brasil, pros brasileiros.

Uma palavra a você, colega que ainda não está convencido da necessidade de se engajar, com seus valorosos pares, no movimento do funcionalismo do BC.

Nosso Banco Central não é o FED, que se ocupa apenas de práticas monetaristas. Lá, nos States, ele pode-se dar ao luxo de fazê-lo porque existem órgãos sérios e leis eficazes destinadas a defender o povo do poder do oligopólio bancário. O nosso BC atende a um povo cuja maioria é há quinhentos anos desvalida, inculta, pobre.

Somos um reduto de excelência nesse cenário. Sendo conscientes da medida de nossas atribuições, podemos e devemos aproveitar uma hora de crise para refletir sobre o queremos. Não só para nós, mas para o Banco Central, para um Brasil mais transparente e justo.

Por isso dizemos a você que não desperdice o momento precioso que vivemos. Paralisar o Banco Central, hoje, e mostrar a face indignada de seus servidores, é ser cidadão brasileiro.

É rejeitar coronéis, jeitinhos, “QIs”, “por foras”. É ter certeza de que o bom, para o Banco Central, é o que NÓS QUEREMOS!

E queremos trabalho com dignidade, transparência nos atos públicos – incluídos aí os do Banco Central -, fiscalização rigorosa dos poderosos, justiça para o explorado consumidor bancário.

Paralisando o Banco Central pelos motivos justos, estamos todos ajudando a passar o Brasil a limpo.

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