Edição 110 - 24/10/2005

A VITÓRIA DA UNIÃO

O funcionalismo do BC deu o seu recado. Avisou que não aceita o desmonte da instituição e a desvalorização da carreira. Deixou claro que deseja estar no topo das melhores carreiras do serviço público. Expressou o imenso carinho pela Casa onde trabalha.

Acabamos de encerrar a maior – em todos os sentidos – greve da história do BC. A mais longa, a mais bem organizada, a mais democrática. Congregando técnicos e analistas, chefes e subordinados, em percentuais de adesão jamais vistos, esta greve atingiu praticamente a totalidade do quadro funcional.

E saímos de cabeça erguida, coesos, vitoriosos. Apesar de nossas reivindicações terem sido apenas parcialmente atendidas, não há como negar que, dadas as circunstâncias, dobramos o governo e avançamos muito em questões importantes para todos.

OS GANHOS

1) AUMENTO LINEAR DE 10% SOBRE O VB

À primeira vista 10% parecem pouco. Tanta greve para um percentual tão acanhado ! Se, no entanto, considerarmos o efeito acumulado das três últimas campanhas salariais, constatamos que iniciamos um lento, mas consistente, processo de recuperação salarial. Ao final do Governo Lula, os analistas terão acumulado cerca de 45% de aumento salarial médio: 16% acima da inflação projetada de 29% para o quadriênio.

Vale lembrar a perspectiva para 2005: reajuste linear de ridículos 0,1%, percentual que provavelmente se repetiria em 2006. A força do nosso movimento fez o governo dobrar a proposta inicial de 5%, elevando o montante para cerca de R$ 120 milhões anualizados, com implantação total ainda no primeiro semestre de 2006.

2) AMPLIAÇÃO DE 15 PARA 20% DO QUADRO COM GQ DE 30%:A medida resultará na criação de cerca de 250 vagas para a GQ de 30% e, conseqüentemente, o mesmo quantitativo para a GQ de 15%.

3) AUMENTO NO VALOR DAS COMISSÕES:A conquista atingirá 1404 colegas com percentuais diferenciados, mas expressivos.

4) EQUACIONAMENTO DO PASBC:Talvez o ganho mais importante da Campanha Salarial 2005. O BC passará a contribuir paritariamente com o servidor nos níveis atuais, além de cobrir eventuais déficits. As duas medidas redundarão em despesa adicional de R$ 23 milhões em 2005.

5) MODERNIZAÇÃO DO CARGO DE TÉCNICOA atualização das atividades dos técnicos permitirá qualificar o cargo e abrirá as portas para elevações futuras no salário, uma vez que a intransigência do governo não permitiu avançar na questão agora.

O FUTURO PRÓXIMO

As três questões prioritárias para os próximos anos:

1) UNIDADE SINDICAL EM TORNO DO SINAL/FILIAÇÕES

A campanha 2005 mostrou a importância da união da categoria em torno de objetivos comuns. Respeitamos as opções dos colegas, tentamos sempre que possível trabalhar de modo coordenado com as outras entidades sindicais, mas é preciso admitir a conveniência de se unificar a atuação sindical no BC. Seríamos mais fortes e coordenados.

O SINAL coloca-se como opção unificadora natural. Está presente em todas as regionais, apresenta índice de filiação de 60% da categoria, suas contas são auditadas por seu Conselho Fiscal e por auditoria independente, atua de forma transparente e democrática, tem vida própria, é autônomo em relação a partidos políticos e, principalmente, está 100% focado nas questões corporativas do BC.

Precisamos também ampliar o número de filiados. Representar adequadamente a categoria demanda volume substancial de recursos. O índice de filiação ao SINAL já é expressivo: passa de 80% em várias regionais. Pode, porém, ser ampliado em muito, sobretudo na regional de Brasília, cujo índice de filiação é de somente 25%. Precisamos reconhecer a excelente atuação da equipe comandada pelo colega Calovi. Convidamos os colegas a dar um voto de confiança ao SINAL, filiando-se. Sua contribuição será empregada de forma criteriosa no interesse da categoria.

2) RESGATE DA CENTRUS

Lutamos muito para tentar impedir a Reforma da Previdência. Conseguimos mitigar seus efeitos, mas o rolo compressor movido a "mensalão" foi mais forte.

Evidenciada a derrota, passamos a trabalhar pela possibilidade de a CENTRUS poder gerir a previdência complementar de atuais e futuros colegas que venham a optar pelo sistema. A questão ainda está aberta e demandará todos os nossos esforços para remover alguns obstáculos jurídicos e políticos que impedem que a CENTRUS volte a ser de todos.

3) AUTONOMIA DO BC

O SINAL tem debate acumulado acerca da conveniência de se adotar a dita autonomia. As duas últimas ANDs concluíram pela adoção de uma autonomia baseada na ampliação do controle social, o que inclui as necessárias autonomias financeira e orçamentária. Se adotarmos o modelo sugerido, será possível conciliar interesse público e demandas corporativas.

Entendemos que é de nosso interesse sair da vala comum do serviço público, desvencilhando-nos das amarras do Executivo Federal. Assim poderemos ter soluções estruturais para nossas demandas.

ALGUMAS PALAVRAS DE RECONHECIMENTO

Nós, dirigentes eleitos do SINAL, agradecemos imensamente a todos os colegas que de alguma forma contribuíram para o sucesso da campanha salarial 2005.

Os voluntários que dividiram tarefas conosco, circulando pelos prédios em intermináveis arrastões ou ajudando a organizar o movimento.

Os funcionários sempre prestativos do SINAL, que "pegaram junto" sempre, seja de dia, de noite, de madrugada.

Saudamos, por fim, todos os colegas que participaram da greve, que acreditaram na nossa causa, que construíram nosso movimento. Obrigados pela confiança na nossa condução do processo. Esperamos ter honrado o mandato que nos concederam.

Como mensagem final, gostaria de convidar os colegas a apoiar-nos nos desafios que se apresentam, e a canalizar a imensa energia positiva gerada pela greve. Vamos fazer da nossa Casa o melhor lugar do mundo para se trabalhar!

David Falcão, Presidente, em nome de todos os dirigentes eleitos do SINAL

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