Edição 0 - 29/04/2003

“TOMA-LÁ-DÁ-CÁ”, OU … ONDE FOI QUE EU JÁ VI ISSO ANTES?

J  ‚ de si decepcionante – para dizer o m¡nimo – que um
governo eleito maci‡amente por sua proposta alternativa traga a p£blico – e
insista nisso – n£meros maquiados, talhados para um convencimento ilus¢rio da
maioria do povo.

Qual seria a inten‡Æo escondida ao se encobrir a verdade?

Estudiosos da previdˆncia, economistas de respeito pelo
Brasil afora, sindicalistas, auditores fiscais da pr¢pria Previdˆncia se tˆm
manifestado atrav‚s da imprensa, em semin rios e congressos feitos com esse fim,
e nÆo sÆo levados em conta pelo governo, que faz a seus argumentos ouvidos de
mercador: solenemente age como se eles nÆo existissem e nÆo se dÆo o trabalho de
lhes fazer a menor referˆncia. Continuam repetindo … exaustÆo n£meros mentirosos
que lhes saem, l‚pidos e fluidos, da ponta da l¡ngua, em cada manifesta‡Æo
p£blica.

Como desculpa para seu comportamento oposto ao tempo em que
nÆo eram governo, justificam pontos hist¢ricos que antes defendiam (como a nÆo
taxa‡Æo de inativos) como uma imposi‡Æo dos governadores, com quem barganharam
“nus pol¡ticos de medidas impopulares com recuos na reforma tribut ria.

E isso da forma mais deslavada que a imprensa diariamente
relata. "Trocam figurinhas" entre si como crian‡as na pracinha em torno de
 lbuns novos. Pensam que o povo nÆo lˆ, nÆo fica sabendo da sordidez de suas
trocas e tram¢ias?

O rombo que h  por tr s da Previdˆncia foi causado nÆo pelos
funcion rios p£blicos, mas por fraudes, sonega‡Æo, elisäes, isen‡äes fiscais e
desvios que o governo nÆo busca nas fontes e cuja existˆncia nem de leve cita em
seu discurso monoc¢rdio para a popula‡Æo.

O indiv¡duo humano ‚ um ser social. Deixado a si mesmo, nÆo
tem futuro.

E, nessa convivˆncia com o outro, a troca ‚ fundamental.
Experiˆncias, sentimentos, credos e ritos sÆo compartilhados e intercambiados ao
longo da vida de cada um de n¢s, moldando-nos, e, num moto cont¡nuo, … vida, e …
cultura de todas as sociedades, num processo permanente de – supäe-se e
espera-se – evolu‡Æo existencial.

Muito por conta de, olhos postos no futuro, havermos esperado
tanto do novo governo, confiava-se em outra maneira de proceder, por parte dele.
Inclusive no que tangia a serem tÆo "genoinamente" ditatoriais e repressivos
quanto a seus pr¢prios pares.

O que est  a¡, por‚m, ‚ um lament vel "dej… vu": n£meros e
informa‡äes falsas, discurso piegas para envolvimento da popula‡Æo e as …
trocas. Neste caso, malditas trocas. Barganhas que trazem a nossos olhos
horrorizados a mesma "compra-e-venda" de cargos versus apoios pol¡ticos
para as mesmas medidas impopulares – vestidas de "lobo" porque pioradas – que j 
nos tentaram empurrar goela abaixo.

E nesse tipo de "intercƒmbio" se revela o lado pior do ser
humano. Essas trocas nÆo sÆo as que burilam o esp¡rito, fazendo crescer o homem
e seu entorno e deixando assim seu legado para a posteridade. Essas sÆo uma
troca de Fausto; de cujo final, por‚m, o governo, seus agentes interlocutores e
parlamentares devem ter consciˆncia.

Porque, no que tange a n¢s, restar  saber, ao final, quantos
e quais preferiram vender a alma.

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