Edição 56 - 24/05/2007

Governo insiste em descontar 50 % dos nossos dias de luta

Primeiramente, senhores do governo e Diretor Gustavo, mais respeito ao falar em "dias parados", pois, para nós, imensa maioria dos funcionários do Banco Central, foram dias de luta para conquistar o que era nosso por justiça e que vocês tentaram negar.

Ontem, ao final da reunião no MPOG, nossos representantes saíram com uma certeza, mas também surpresos e em certa forma, frustrados.

A certeza residia no fato de que havíamos chegado ao limite quanto a possibilidade de avanços no quesito financeiro, ou seja, a antecipação da parcela de julho para janeiro de 2008 e a manutenção da parcela de jan.2009 era o proposta final e o máximo que se poderia obter na presente conjuntura.

A surpresa decorreu da postura intransigente do governo, que na etapa final da negociação, insiste na retaliação baseado na aplicação de um projeto de Lei Anti-greve que ainda não foi analisado nem pela Casa Civil e nem pelo Congresso Nacional, mas que para eles já "virou lei" e que resulta num desconto de 50 % dos dias "de luta", cerca de 10 dias, respeitado o limite de 10 % do proventos de cada funcionário, ou seja, pode ser feito em algumas parcelas. Muito bonzinhos.

Já a frustração se deveu à postura do Diretor Gustavo, que em nenhum momento fez valer sua posição para tentar demover o governo desse inédito desconto, muito pelo contrário.

Ontem e durante o dia de hoje, diversas articulações foram e estarão sendo feitas para demover o governo e o BC desse erro e levá-los a assumirem a sua responsabilidade nesse processo. Além do mais, teremos a reunião da PF que pode trazer novos elementos.

Assim, não precisamos nos precipitar. Se foi o próprio governo quem estabeleceu a data de fechamento na 6ª. feira (25.5), e já ficou acertado que nesse dia nossos representantes irão à Mesa apresentar o resultado das assembléias, vamos utilizar esse prazo a nosso favor para tentar reverter esse absurdo que é nos empurrar uma conta que não é nossa.

Hoje nos manteremos unidos dando sustentação às articulações que nossos representantes estarão realizando em Brasília e amanhã, deliberaremos e levaremos ao governo/Bacen a nossa decisão.

Muito mais do que um desconto pecuniário, está em jogo o estabelecimento de um precedente perigoso, que no nosso caso, transforma a vitima em algoz.

Quem lutou por 21 dias de forma honrada e solidária, não vacilará no último dia. Não aceitamos nenhum desconto !!!

Assembléia – 10 hs

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