Edição 63 - 20/06/2007

O Banco Central tem que se fazer presente

Foi preocupante, sem ser surpreendente, a postura do Governo na reunião de ontem no MPOG, ao bater o pé na questão do desconto pecuniário de parcela dos dias em greve. 

Sem ter apresentado proposta definida, ficou claro seu intuito de tentar quebrar o ânimo do funcionalismo do BC, e colocá-lo como "exemplo" para as demais categorias em luta, o que ensejou uma reação  firme do SINAL e demais entidades sindicais.  

Da mesma forma – preocupante, mas não surpreendente -, foi ver o Banco privado de prerrogativas que historicamente lhe dizem respeito.

Foram-lhe retiradas a responsabilidade sobre a gestão do quadro de pessoal e a autonomia nas decisões referentes à negociação dos dias em greve (o que se deu, normalmente, nos episódios anteriores).

É bem verdade que os prepostos da Diretoria presentes à reunião não estavam investidos de uma autoridade capaz de fazer frente ao exercício de "enquadramento" a que foram submetidos; daí atuarem, simplesmente, como ouvintes.  

Sob pena de não passar de um simulacro, e gerar decisões sem nenhum valor, a Mesa tem que contar com a presença dos verdadeiros representantes do Bacen: seus diretores, com o aval do Presidente. 

O Banco Central é uma instituição muito séria e não pode servir de joguete político nas mãos do governo. A diretoria do Bacen tem que se fazer presente e não permitir o rebaixamento do seu papel institucional.

Tal omissão não será perdoada por seu funcionalismo, nem pela História do Órgão. 

Senhores do governo: não contem conosco para participar dessa simulação, revestida de um autoritarismo que se vem tornando marca registrada em questões relativas aos servidores do país.  

O ânimo dos servidores da Casa está intacto: não iremos titubear, caso sejam tomadas, unilateralmente, medidas de retaliação que penalizem o funcionalismo do Bacen. 

O serviço acumulado necessita reposição por intermédio de horas de trabalho.  Assim será feito, como sempre foi feito.  Da mesma forma responsável que tem levado esse Banco Central à posição de respeito que a sociedade brasileira hoje lhe delega.   

Não queiram, senhores, destruir isso.

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