Edição 120 - 23/10/2007

Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? (*)


Os servidores do Banco Central, definitivamente, não são levados a sério.

Decorridos mais de 10 dias da decisão do MPOG de devolver os valores indevidamente descontados (Apito Brasil Extraordinário de 10.10.07), não há qualquer notícia de quando teremos nosso dinheiro de volta.

A operacionalização é assim tão demorada? Ou é falta de decisão administrativa? Sabemos que, para haver o desconto pecuniário, houve a determinação do Diretor Gustavo.

Por isso, perguntamos: por que a diferença entre a celeridade no desconto e esse descaso na devolução, uma vez que já foi tomada a decisão política?

Será necessária uma nova ação do SINAL junto aos parlamentares para fazer sair o BACEN dessa letargia?

Se positiva a resposta, arregaçaremos as mangas para voltar ao Congresso, pois foi graças à determinação da categoria que conseguimos reverter essa injustiça. É inacreditável, porém, que uma decisão burocrática exija tal atitude.

Outras informações (de alhures, naturalmente: veja a segunda notícia desta edição) nos dão conta de que o Secretário de Recursos Humanos do MPOG, Duvanier Paiva – o mesmo que trata o BC como o "patinho feio", "reiterou [às carreiras do Fisco, ontem] que a premissa básica está garantida: remuneração por subsídio, com o topo igual ao das carreiras jurídicas" e "o compromisso de pagar a primeira parcela do reajuste em novembro".

Senhor Diretor de Administração: afinal, o que emperra a folha suplementar?

(*) Afinal até quando, Catilina, abusareis da nossa paciência?  Marcus Tullius Cicero, cônsul do Senado Romano, em 8 de novembro de 63 a.C., contra Lucius Sergius Catilina, também cônsul, que ousou apresentar-se a seus pares após haver conjurado com amigos para derrubar o governo romano, no primeiro dos discursos que fez sobre esse assunto: as famosas Catilinárias.

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