Reflexões e próximos passos
Fechado e assinado mais um acordo de reestruturação da remuneração dos servidores do Banco Central, cumpre-nos, acima de tudo, avaliar a campanha e o resultado, de modo a conduzir o melhor possível os próximos passos.
Passo a passo, vejamos:
I. Cenário de meados de 2006: finalizávamos uma campanha com duas greves (a primeira que resultou em um aumento de 10%, e a segunda para cumprimento do acordo) e aí a surpresa: aumentos muito superiores para carreiras congêneres – Ciclo de Gestão, Susep, CVM e RFB, que contradiziam a premissa colocada na Mesa (maior aumento possível seria de 10% para qualquer carreira).
Conseqüências:
a) forte clima de desconfiança, amenizado pelas declarações dos então Secretário de Recursos Humanos e Diretor de Administração do Banco Central na XXI AND. Na oportunidade, ambos reconheceram a inadequação do tratamento diferenciado e firmaram compromisso governamental de solucionar a situação no ano seguinte.
b) mais 40 dias de greve;
c) desconto de 7 dias de salário, revertidos somente meses depois após longa articulação no Congresso Nacional, e
d) as chamadas GABC-AEs. Exatamente, as gratificações de 5% e 10%, muitas conquistadas em processos de concorrência interna, serão extintas para que voltemos a ter nossos salários equalizados com o CG, a Susep e a CVM, para o salário inicial, com a Receita Federal para o final de carreira com GQ de 15% e acima desta para os colegas com GQ de 30%.
II. Cenário de meados de 2007: fomos novamente surpreendidos por negociações em curso, onde as carreiras citadas passaram a buscar salário entre os da Policia Federal e da Advocacia Geral da União na forma de subsídios.
O que fizemos:
a) lutamos pelo pagamento dos sete dias e pela assinatura do acordo;
b) discutimos intensamente sobre Subsídio no BC, e plebiscito eletrônico culminou com a aprovação desta forma de remuneração por mais de três quartos dos votantes em uma participação recorde de 2052 servidores;
Formatação final do acordo assinado ontem:
a) alguns recuos do Governo Federal: recusa de mencionar RFB ou qualquer outro órgão como parâmetro;
b) materialização, em termo específico, compromisso do BC na criação do GT da reestruturação da carreira de especialista, anteriormente descumprido, mesmo amplamente divulgado;
c) o termo congêneres foi o mencionado no compromisso do Banco, apesar da defesa do SINAL da menção explícita à RFB como parâmetro.
Nossa avaliação:
- não é momento de comemorações nem de suspiros aliviados: agora devemos garantir a emissão da medida provisória – a sugestão do Ministério do Planejamento não nos basta;
- há que consolidar o apoio da nossa bancada de apoio no Congresso;
- fazer decolar a campanha de valorização do Banco Central a partir dos trabalhos já desenvolvidos; e,
- principalmente, recuperar a visão do servidor do seu plano de carreira.
Nossa mensagem:
Estamos certos de sermos o único sindicato que vê a carreira de especialista como um todo. Submetemo-nos à sua vontade sem impor ideologia ou pensamento de minorias.
Faremos valer nossa representatividade no GT do PCS a ser formado sem receio de discutir qualquer tipo de tema capaz de abrir caminho para a equiparação com as carreiras congêneres da Receita Federal do Brasil.
O SINAL assim procede ciente de sua obrigação na defesa da Instituição, que tem um papel a cumprir para a sociedade e quer ver seu valor reconhecido no meio político.
Para esse fim, usaremos as armas a que estamos habituados: informação, articulação, mobilização e transparência.
Dos servidores, esperamos que façam sua parte para engrandecer o Banco Central e, por conseqüência direta, sua própria função. Assim, esperamos que todos:
- compareçam aos debates, assembléias e seminários;
- discutam com os colegas;
- manifestem-se nas democráticas redes internas;
- enviem informações e estudos para divulgação pelo SINAL;
- cobrem-nos o que esperam de nós; e
- acima de tudo, participem das deliberações: elas definem parte importante de suas vidas.
SINAL Nacional