Categoria à espreita
Os servidores do Banco Central vêm acompanhando, através da imprensa, as notícias sobre as negociações entre o Executivo e o Congresso sobre o novo orçamento, atualmente em gestação.
Acompanham também a movimentação das entidades sindicais, mais de perto o SINAL, na busca do cumprimento dos acordos firmados.
Os dirigentes do SINAL se reuniram na semana passada em Brasília, e buscaram interlocução com representantes do Bacen – Dirad e Difis -, com esse fim; os advogados da União estão paralisados, mesmo com ameaça de corte dos salários, e outras categorias se preparam para mobilizar-se, todas revoltadas com as falsas justificativas do governo para não cumprir seus compromissos com os servidores públicos.
Infelizmente, encontramo-nos, apesar de tanto empenho, praticamente na estaca zero: o governo não "apresenta a conta" e deixa em suspenso milhões de servidores federais.
A audiência com o Presidente Meirelles, solicitada pelo SINAL, ainda não aconteceu.
A cada vez que recebe a Direção do SINAL, o Ministro-Presidente se compromete com nossas mais urgentes necessidades; desta feita, porém, o que se vê é o não cumprimento do acordo pelo governo, e a Instituição sem explicar em alto e bom som, ao funcionalismo, quanto empenho está colocando nesse sentido.
Pelo que diz a mídia, os acordos correm sério risco de não serem efetivados. O governo joga para a platéia a desculpa de que a "falta dos recursos" da CPMF o obrigaria a cortar em custeio e investimentos – ou seja, a prejudicar o futuro do país.
No entanto, o governo não trata de reduzir outros gastos – inclusive os financeiros – que se encontram a salvo dos cortes anunciados. Nem o Congresso deixou de conceder reajuste (e pagar adicionais atrasados) aos seus funcionários: o aumento é retroativo a abril e foi concedido como conseqüência do aumento dado aos parlamentares, de 28,5.
Ademais, alegar falta de recursos é uma falácia sem tamanho: basta botar os olhos nos contínuos recordes de arrecadação, e se vê que o gasto com os aumentos do funcionalismo são um custo mínimo para o governo.
É necessário continuarmos atentos, à espreita: apenas nossa pronta reação nos poderá livrar das ameaças que pairam no ar.
Manter-nos em alerta: esse é o preço do cumprimento integral de nosso acordo.