Edição 35 - 17/03/2008

Ao funcionalismo do Banco Central


Entramos numa semana que pode ser decisiva quanto ao cumprimento, por parte do governo, das três metas de nossa campanha (acordo, equiparação e subsídio). Nada está garantido, mas a nossa disposição de luta é a de ver as três integralmente cumpridas.

Nesse contexto, de extrema urgência e relevância, a Direção do SINAL se dirige à categoria que representa, em todo o País, para reafirmar a sua estratégia de atuação e luta, assim como convocar todo o funcionalismo do BC para a mobilização que vem dando sustentação política a essa linha de trabalho.

 

Nos últimos três anos (2005, 2006 e 2007), o SINAL conduziu, sem qualquer sombra de dúvida, a categoria que mais mostrou capacidade de mobilização em todo o funcionalismo público do País.

 

No entanto, mais de 120 dias úteis de greve, um tremendo sacrifício para a categoria, e enorme desgaste para a Instituição junto à sociedade serviram para sermos "premiados" na proporção inversa da magnitude dessa determinação de luta.

 

Seu distanciamento salarial de outras categorias com mesmo nível de importância e exigência para o funcionamento do Estado ficou cada vez maior. 

 

Sem fazer um dia de greve sequer, categorias congêneres conseguiram sucessivos índices de reajuste, bem superiores aos que foram destinados pelo Governo ao Banco Central. 

Assim, a Direção do SINAL resolveu reorientar a sua estratégia de ação e luta, que não passa única e exclusivamente por mais uma greve, com todos os sacrifícios impostos pela nova legislação a respeito.

Sem abrir mão da mobilização dos servidores do BC, força motora maior de nossa luta, estamos trabalhando, conforme amplamente divulgado, em três frentes de atuação, com vistas ao cumprimento das três metas já mencionadas de nossa campanha salarial.

 

  • 1) A primeira, dentro do Banco, cobrando e fazendo movimentar toda a estrutura institucional (presidente, diretores, chefes de departamentos – como Direção – e o funcionalismo em geral – como base mobilizada -, em assembléias, jornadas etc.).
  • 2) A segunda, no Parlamento, buscando base de apoio e interlocução política junto ao Governo para o atendimento dos nossos pleitos.
  • 3) A terceira, junto ao próprioGoverno, sobretudo ministérios do Planejamento, Fazenda e Casa-Civil, em processo constante de negociação, visandoesclarecer aspectos, acentuar necessidades eremover obstáculos.

 

  • I. Quanto à estrutura institucional do BC:

 

Como conseqüência da persistência e determinação do funcionalismo, a Direção do BC  vem se movendo decisivamente nas duas últimas semanas, com a intervenção direta do Presidente Meirelles, no sentido de cobrar do Governo um tratamento condizente com o papel do BC e de seus servidores para o desempenho do Estado brasileiro.

 

Na semana passada, assembléias e jornadas de valorização do BC por todo o País foram fundamentais para impulsionar a cobrança da Direção da Casa ao Governo pelo cumprimento das três metas de campanha, especialmente a que se refere ao subsídio, que não tinha sequer demanda institucional no MPOG até há poucos dias atrás.

  • II. Quanto ao Congresso:

Temos conseguido empenho, apoio e compromisso de parlamentares com grande respeitabilidade, lideranças formais e informais na Câmara e no Senado, com pleno trânsito junto ao Governo. Entre eles, o senador Mercadante (PT-SP) e os deputados Palocci (PT-SP), Berzoini (PT-SP), Pedro Eugênio (PT-PE), José Eduardo Neto (PT-SP, ferrenho defensor do subsídio), Marco Maia (PT-RS), Régis de Oliveira (PSC-SP) e Jô Moraes (PCdoB-MG), entre outros.

  • III. Quanto ao Governo Federal:

Resultantes da atuação nas duas frentes anteriores, são visíveis os avanços, também no Governo, quanto às possibilidades de atendimento às metas de equiparação e adoção do subsídio, ainda que, por enquanto, sem nenhuma garantia de êxito.

 

Podemos afirmar que o próprio Secretário de Recursos Humanos do MPOG é favorável à adoção do subsídio.  Não por acaso, foi ele quem propôs e defendeu dentro do Governo essa forma de remuneração para a RFB.

 

Espera-se que tudo se decida nos próximos dias.  No entanto, temos ainda um caminho tortuoso pela frente, que devemos percorrer com cautela e determinação.

 

Sabemos que há resistências dentro do Governo, que entendemos passíveis de superação pelo esclarecimento dos avanços e vantagens da adoção do subsídio. Continuaremos nesta semana buscando convencer esses atores do processo. 

 

Por essa razão, compreendendo perfeitamente o estado de ansiedade e inquietação que nos toma a todos, a direção do SINAL em todo o País vem, junto à categoria que lhe honra representar, pedir um voto de confiança para a sua estratégia de trabalho, atuação e luta.

 

Ao mesmo tempo, convoca todo o funcionalismo a se manter mobilizado, em estado de assembléias diárias e permanentes.

 

Elas poderão evoluir para uma mobilização ainda mais contundente, caso o momento decisivo venha a exigir, dessa categoria que nunca se furtou à luta, uma nova demonstração de coragem e determinação.

 

 

SINAL – Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central

 

David Falcão – Presidente

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