Edição 0 - 20/10/2003

PCS: QUEREMOS OU NÃO VER ISSO

Ocioso repetir quanto tempo e sentimento temos despendido ao
longo de quase dois anos e cinco meses. Rios de adrenalina e n¡veis-recorde de
colesterol que podem nÆo ter volta, por conta da expectativa ansiosa por um PCS
decente e dias melhores e mais serenos como servidores do Banco Central.

Em 16 de setembro £ltimo, quando se firmou o acordo pol¡tico
sobre o Plano de Cargos (no dia seguinte, houve informa‡Æo da Dirad quanto a seu
encaminhamento naquela data …s instƒncias governamentais competentes), houve
tamb‚m o que se chamaria de um "acordo de cavalheiros": o representante da Casa
Civil, apesar de dizer que nÆo se poderia empenhar pelo regime de urgˆncia na
aprecia‡Æo da proposta, afirmou que sua minuta, em forma de Projeto de Lei,
chegaria ao Congresso em trˆs semanas.

Em fun‡Æo disso, demo-nos – funcionalismo e sindicato
reunidos em assembl‚ias – o prazo de 10 de outubro para tal fim. A Dirad
manifestou-se, afirmando que o projeto j  estava na Casa Civil, e o SINAL teve
informa‡äes de que, at‚ o dia 15, seria encaminhado … Cƒmara, o que redundou num
entendimento do Conselho Nacional do sindicato de que dever¡amos esperar at‚ l .

No dia 13, novidades deram o que pensar: ficamos sabendo que
nÆo haveria mais um projeto de lei novo, mas um aditivo ao PL 7508/02, que
tamb‚m contemplaria os PCSs do pessoal do Ciclo de GestÆo e o de Ciˆncia e
Tecnologia.

No dia 15, sem not¡cias quaisquer e sem, portanto, nenhuma
confirma‡Æo quanto … protocoliza‡Æo da proposta na Cƒmara, Rio e SÆo Paulo,
reunidos em assembl‚ias, decidiram-se pela paralisa‡Æo a partir do dia seguinte.
Seguiu-se Curitiba … decisÆo das duas regionais.

E nÆo por intransigˆncia, pirra‡a, teimosia, rebeldia
gratuita. Por uma questÆo de coerˆncia com palavras empenhadas, em nome de
esfor‡os antigos e conjuntos, por um exerc¡cio pleno de uma cidadania que o
brasileiro teima em abafar em si.

O pa¡s est  em crise? Faltam empregos e n¢s "esnobando" os
nossos? Todo mundo querendo trabalhar e n¢s "flanando"? NÆo, nÆo e nÆo.
Exatamente porque o pa¡s est  em crise devemos manifestar-nos: quem cala
consente. Com desmandos, com m  administra‡Æo.

Somos solid rios, sim, com os milhäes de "sem emprego", mas
s¢ protestando podemos fazer ver ao governo que h  muito mais do que
simplesmente "algo" de podre na Dinamarca brasileira. Porque nosso lugar no
Banco Central foi conseguido com estudo e disciplina e nossa dignidade
funcional, ao longo do tempo em que aqui estamos, com muita luta.

Estamos convivendo com um governo que reage de forma no
m¡nimo d£bia a pleitos sociais que antes defendia estrepitosamente. Podemos at‚
entender o alcance das limita‡äes impostas … dire‡Æo do Banco Central do momento
em que compäe o governo (or‡amento, categorias paralelas etc.) porque, enquanto
seus servidores nÆo foram vinculados ao RJU , o BC tinha mais independˆncia
financeira para resolver seus assuntos internos.

NÆo cabe, por‚m, entender a ausˆncia de gestos m¡nimos de
solidariedade ao funcionalismo, do qual Dirad e Depes sÆo parte. O que
ganharmos, como servidores, ser  ganho deles tamb‚m. Ser  que nÆo vˆem isso?
Ser  que "devolverÆo" a sua parte naquilo que os grevistas conquistarem, por
extensÆo, para eles? Quando o BC se livrar  do ran‡o ditatorial de seu
nascedouro em pleno ’64, e contar  com uma dire‡Æo solid ria?

Como informamos no Apito Brasil da £ltima sexta-feira,
entidades das carreiras do Ciclo de GestÆo, que, como n¢s, compäem o "aditivo"
ao PL 7508/02, estÆo intensificando a mobiliza‡Æo para fazer o PCS chegar ao
Congresso Nacional. Aguardam at‚ amanhÆ, dia 21.10, para – caso o aditivo nÆo
tenha chegado l  – paralisar suas atividades como forma de fazer chegar …s
autoridades o protesto por tanto descompromisso e menosprezo com os servidores
envolvidos naquele Projeto de Lei.

Na mesma linha estÆo os servidores do Minist‚rio do
Planejamento (tamb‚m integrantes do Ciclo de GestÆo), cuja entidade
representativa, Assecor, convocou para amanhÆ cedo uma assembl‚ia da categoria
no pr¢prio Minist‚rio e para a qual foram convidados, como
participantes-oradores, David FalcÆo e Paulo Calovi, Presidente Interino e
Diretor de Rela‡äes Externas do SINAL, respectivamente.

O SINAL tem estado articulado com as lideran‡as daquelas
categorias, visando a formas de atua‡Æo para juntar-se a esse reclamo leg¡timo.
A esta altura, for‡oso ‚ notar que o dia 10 j  passou. E o 13, e o 15 etc etc. O
que precisamos saber neste momento ‚: o Presidente da Rep£blica j  assinou e
"tocou pra frente" o nosso aditivo, como se esperava que o fizesse na 6¦ feira?

AmanhÆ, com o funcionalismo do Banco Central, o SINAL
realizar  assembl‚ias que decidirÆo o que queremos para o futuro desse PCS
"encantado".

Compare‡a! Atue! Manifeste-se! Conven‡a-se – porque ‚ verdade
e porque vivemos numa democracia – de que ‚ um direito seu lutar pelo Plano de
Cargos do BC.

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