Edição 105 - 13/10/2009

Qualidade de Vida no Trabalho: por que SINAL e funcionalismo devem estar juntos nessa luta

 

O Banco Central do BrasilBCB conta, oficialmente, desde dezembro de 2004, com uma Política de Qualidade de Vida no Trabalho.

 

Ela foi elaborada de forma coletiva e democrática, a partir de Fórum de que participaram cerca de 120 servidores e representantes dos funcionários terceirizados, sindicatos e associações de servidores, bem como convidados de organizações públicas com experiência em programas de Qualidade de Vida no TrabalhoQVT. Houve, ainda, consultoria prestada por dois professores da UnB especializados em QVT.  

 

A QVT do BCB é um preceito de gestão organizacional que se expressa por um conjunto de normas, diretrizes e práticas no âmbito das condições, da organização e das relações sócio-profissionais de trabalho.

 

Seu objetivo primordial: a promoção do bem-estar coletivo, o desenvolvimento dos servidores e o exercício da cidadania na função pública.  

 

Estas foram as doze ações imediatas eleitas, no âmbito da QVT do BCB, por ocasião do Fórum: 

 

1.      Implementação do Comitê de Gestão da Política de QVT do BCB; 

 

2.      Estudo da flexibilização do horário de trabalho; 

 

3.      Revitalização dos prédios;

 

4.      Realização de audiência pública sobre Ouvidoria Interna; 

 

5.      Criação de instalações adequadas para alimentação nas dependências do BCB; 

 

6.      Promoção de Fórum de QVT no Mecir;

 

7.      Melhoria da acessibilidade – atendimento e instalações – para pessoas com necessidades especiais; 

 

8.      Aplicação de pesquisa nacional sobre Trabalho e Riscos para a Qualidade de Vida no Trabalho; 

 

9.      Realização de curso para Desenvolvimento de Gestores em QVT do BCB; 

 

10.  Produção de campanha de divulgação da política de QVT do BCB; 

 

11.  Atenção para questões específicas das representações regionais; 

 

12.  Criação de um canal permanente de acompanhamento, pela Comunidade BC, da aplicação da Política de QVT do Banco Central.

 

Que razões nos levam a falar sobre essa política? 

Em primeiro lugar, porque ela já existe no BCB.  Falta sua implementação plena.  E, parafraseando a epígrafe, Qualidade de Vida no Trabalho não representa só salário: a gente não quer só salário; a gente quer salário, consideração, ser parte do universo desse trabalho.

Em segundo lugar, porque essa política, chancelada pelo diretor de Administração do BCB, é efetivamente, nos dias atuais, vanguardista. Basta considerarmos, à luz da produção acadêmica, empresarial e sindical existente sobre o assunto, outras organizações privadas e públicas, nacionais e internacionais.

A simples leitura do elenco das doze ações imediatas de tal política evidencia o caráter avançado das proposições. 

 

Em terceiro lugar, porque o SINAL integra – com direito a voto – o Comitê de Gestão da Política de QVT do BCB. Sua presença ativa no processo, portanto, se encontra plenamente estabelecida. Só precisamos retomar as atividades do Comitê. 

 

Além disso, o Sindicato já atua na defesa da ampliação da QVT do BCB, quando luta:

  • por salários mais justos,
  • pela mais adequada estruturação do PCS,
  • pela permanente vitalização do PASBC,
  • pela conquista de direitos via ações judiciais,
  • por incremento da salubridade no ambiente de trabalho,
  • pelo fim do assédio moral. 

No entanto, a Administração do BCB vem, por diversas razões, desde já largo período de tempo, encontrando dificuldades para a implementação – e, até mesmo, para a  discussão – de algumas dessas atividades. 

 

Isso se nota particularmente naquelas referentes às modificações em Relações Sócio-Profissionais de Trabalho: as que dizem respeito à maior e melhor distribuição de poder no interior da organização (a última reunião do Comitê de Gestão, por exemplo, foi realizada em fins de 2006, e nunca mais se voltou a falar no assunto).

 

A recente criação, no DEPES, de estrutura responsável pela gestão de QVT no BCB pode significar, diferentemente de uma muito bem-vinda retomada de atividades em QVT por parte da Administração do BCB, uma iniciativa preocupante. 

 

Estancam-se, em um departamento específico, interesses, temas e propostas que deveriam partir da totalidade dos servidores, atendendo a um dos fundamentos da Política de QVT do BCB: QVT, TAREFA DE TODOS

 

Essa contradição frontal com um princípio básico da proposta de QVT de natureza preventiva – QVT, TAREFA DE TODOS! – implicou em maus resultados, conforme diversos registros existentes a propósito de tentativas concretas de implantação de QVT em empresas privadas e públicas, nacionais e internacionais.  

 

Insistimos, então: essa não pode ser uma luta solitária. QVT é tarefa de todos. Temos, todos nós, que assumir essa consciência. 

 

Despendemos, indo para o BCB, trabalhando no BCB e vindo do BCB, mais de nove das horas úteis de que dispomos a cada dia. 

 

TEMOS, por isso mesmo, que estar confortáveis no ambiente de trabalho.

 

Para que isso possa ocorrer, é indispensável que as condições de trabalho, sua organização e suas relações sócio-profissionais, se encontrem adequadamente estabelecidas.

 

Assim, e somente assim, torna-se possível o encontro de produtividade e felicidade no trabalho.

 

Lute por isso!

 

Dê idéias, participe, sugira!

 

Você é parte do TODO do Banco Central do Brasil!

 

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