Edição 120 - 11/11/2009

I Conferência Nacional do FONACATE

 Tomada da platéia do Seminário
Tomada da platéia do Seminário

O painel O estado no pós-crise teve como palestrante o Presidente do IPEA, economista Marcio Pochmann, e Sérgio Belsito, Presidente do SINAL, como coordenador da Mesa. 

Informamos que a íntegra das palestras dessa Conferência estará disponível no site do FONACATE – http://www.fonacate.org.br/ – e serão retransmitidas pela TV Justiça, em datas e horários que oportunamente divulgaremos. 

Abaixo, citamos algumas colocações feitas pelo palestrante sobre o tema. 

O mundo, a partir da década de 80, e o Brasil, especialmente a partir da década de 90 do século passado, assistiram ao ressurgimento, com ênfase, da proposta liberal para o Estado, cuja expressão síntese foi o Estado Mínimo, o que, na prática, queria dizer Estado Ausente.  

Em setembro de 2008, o mundo e o Brasil assistiram juntos – e ainda assistem – a uma enorme, ou mesmo à maior, crise econômica do capitalismo.  

A autorregulação do mercado e, principalmente, do sistema financeiro, defendida bravamente por todos, não foi capaz de, sozinha, inibir a excessiva alavancagem do sistema, e recolocá-lo em seus trilhos: foi necessário o auxilio dos governos. 

Disso resultaram algumas interrogações:  

  • O Estado neoliberal teve sua parcela de responsabilidade na eclosão da crise?  

  • Os princípios do Estado neoliberal foram capazes de capacitar o mundo para o enfrentamento da crise?  

  • A realidade de hoje aponta para alguma outra perspectiva para o Estado?  

  • Seria previsível algum efeito para as eleições de 2010, no Brasil, em face das escolhas de modelo de Estado pelos principais partidos políticos

  • Seriam previsíveis efeitos para os servidores públicos, especialmente para os servidores as carreiras exclusivas de Estado?  

Essas foram algumas das principais questões debatidas no painel O Estado no pós-crise, da I Conferência do FONACATE. 

 Para Márcio Pochmann, Presidente do IPEA, a crise ainda não acabou. Existem diversas bolhas na economia mundial que trarão crises recorrentes, já que não foram tratadas na origem as suas causas. 

A baixa governança dos paises, para enfrentar o modelo globalizado hoje existente, é um modelo condenado porque não respeita os princípios da sustentabilidade

Segundo Pochmann, temos que avançar para um novo conceito. Não existe mais a livre competição no mercado, onde três grandes empresas multinacionais faturam o equivalente ao PIB do Brasil. 

Para que o Estado tivesse maior controle da economia, no modelo atual, precisaria arrecadar, em impostos, 2/3 do PIB. 

O Presidente do IPEA criticou ainda o Sistema Financeiro Nacional. Disse que seria necessário reformá-lo, voltando-o para a produção.

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