Edição 57 - 04/05/2010

Pesquisa PASBC

A verdade por trás dos números

A lisura da pesquisa

O SINAL, com a seriedade que lhe é peculiar, encomendou uma pesquisa de satisfação dos titulares/beneficiários sobre o nosso Programa de Saúde.

Além da qualidade da equipe contratada para a pesquisa – profissionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – tivemos todo o cuidado para que ela não sofresse qualquer distorção. 

Para que o resultado espelhasse a opinião daqueles que tão-somente utilizam o Programa de Saúde membros do Grupo de Estudos do PASBC no Rio de Janeiro, colegas membros do Comitê Gestor e pessoas que trabalham na área de saúde não participaram do processo.

Os números apresentados e o nosso PASBC

Sem dúvida alguma temos um bom programa de saúde, principalmente se considerarmos o que chamamos de assistência de "grande risco", constituída pelas internações hospitalares, procedimentos de grande complexidade, diagnósticos de última geração (rede de laboratórios e serviços de imagem), para cujas coberturas dificilmente teríamos recursos financeiros. Nesse segmento, o PASBC nos garante atendimento qualificado.

Essa afirmação está referendada pelos números apresentados, inclusive no que diz respeito ao custo-benefício: quanto pagamos a título de contribuição e co-participação financeira em relação aos serviços oferecidos pelo Programa no chamado "grande risco".

Por outro lado, nosso Programa de Saúde deveria oferecer qualidade em todos os serviços a que se propõe, ou seja, a totalidade do seu rol de benefícios, inclusive os consignados no novo regulamento (que se encontra em vigor desde 01.05.2009) e ainda não implantados.

Sabemos que as investigações e os tratamentos preventivos são fundamentais, não somente para a saúde do beneficiário, mas para a própria saúde financeira do Programa, além de se constituir em ótima política de gestão de recursos humanos. A prevenção feita com qualidade e disciplina evita danos maiores a todos nós e, consequentemente, despesas significativas ao PASBC.

Médicos por especialidade

Neste aspecto, embora a média geral não seja ruim no conjunto dos nove mil titulares e seus beneficiários, a pesquisa indica problemas no credenciamento de profissionais em todas as praças, exceto Recife. No quesito "Quantidade de médicos por especialidade", quadro 32, o nível geral de Pouca satisfação é de 41,2% , o que representa um universo de aproximadamente 3.708 beneficiários em relação aos nove mil titulares.

Qualidade dos médicos

Em razão da mudança de pessoa física para jurídica e, ainda, pelos valores pagos por consulta, a pesquisa apontou que 30,2% encontram-se pouco satisfeitos com o nível dos profissionais (quadro 32), o que representa, aproximadamente, 2.718 titulares em relação ao universo de 9.000.

Rede de profissionais credenciados atualmente, comparada com a do  passado

O nível geral de pouca satisfação, somado ao de muita insatisfação, ficou em 78,4%, ou seja, 7.056 titulares em relação ao universo de 9.000 (quadro 96).

Distribuição geográfica da Rede Credenciada

Neste quesito, quadro 48, o nível geral de pouca satisfação atinge 73,9%, ou seja, 6.651 titulares encontram-se pouco satisfeitos, um número bastante significativo. As praças do Rio de Janeiro (43,6%), Curitiba (32,0%) e São Paulo (21,5%) lideram o nível de insatisfação.

Gerenciamento do PASBC

Outro dado a ressaltar diz respeito ao fato de que, embora tenhamos um Regulamento e um Manual de Procedimentos de uso comum a todas as regionais do BC, o gerenciamento do Programa fica totalmente vinculado ao grau de interesse do Administrador local, conforme já denunciado no Comitê pelos representantes eleitos pelos titulares. Daí nossos colegas virem, há bastante tempo, lutando por um modelo diferente, não havendo ainda, porém, obtido êxito perante a administração do BC.

Esta afirmação pode ser conferida nos diversos quadros apresentados pela pesquisa, onde as cidades do Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba apresentam os piores desempenhos, quando comparadas às demais praças.

Aceitação do PASBC no mercado de saúde

Esse quesito, quadro 56, apresentou um nível de pouca satisfação dos titulares, – 35,5% – o que representa, aproximadamente, 3.195 do universo total dos titulares do Programa (9.000).

Co-participação financeira (PDL) nos casos de internação hospitalar

O quadro 70 apresenta um nível de pouca satisfação com o pagamento da PDL, da ordem de 59,9%, ou seja, 5.391 titulares. As praças de Curitiba (49,2%), Brasília (39,8%), Rio de Janeiro (38,2%) e São Paulo (35,2%) lideram o nível de insatisfação.

Considerações Finais

Ao final da pesquisa, no quadro referente ao estabelecimento de prioridades para melhoria do nosso Programa de Saúde, a prioridade número 1, estabelecida pelos titulares, diz respeito à necessidade da melhoria da gestão do PASBC.

Inegavelmente temos um bom Programa de Saúde. Aperfeiçoada sua gestão, como têm sugerido nossos representantes no Comitê Gestor e, agora, referendam os titulares entrevistados pelos pesquisadores da UFRS, certamente, teremos um PASBC muito melhor.

A introdução de novas tecnologias e a permanente valorização e qualificação dos servidores que trabalham na área do PASBC, certamente, propiciarão o equilíbrio tão desejado entre receitas e despesas.

O inteiro teor da pesquisa se encontra no Portal Sinal, à disposição dos filiados.

Edições Anteriores RSS
Tags:

Matéria anteriorCPSS sobre o terço de férias
Matéria seguinteRelator propõe rejeição do PLP 549/09 (aquele do arrocho salarial por dez anos)