Edição 149 - 08/11/2010

MOÇÃO DE REPÚDIO AO CERCEAMENTO À ATIVIDADE SINDICAL

Tendo chegado ao conhecimento do Sinal a má-vontade e a resistência de algumas chefias imediatas do BC em liberar seus funcionários para comparecimento à 24ª AND, como delegados de suas regionais, a Plenária decidiu divulgar a presente Moção de Repúdio ao cerceamento à atividade Sindical.
Simpatias ou antipatias à parte, é preciso – é absolutamente necessário – que todo o corpo funcional do BC entenda a necessidade da existência e do trabalho do Sinal PARA A VIDA DE TODOS.
O Sinal trabalha diuturnamente pela categoria: embora nem todos sejam filiados, quando a luta é ganha, TODOS têm o lucro.
E são absolutamente relevantes as conquistas do Sindicato em relação aos nossos salários, a um sem número de ações judiciais, ao nosso plano de saúde exclusivo, à defesa da instituição em que trabalhamos.
Nossos conselhos regionais são constituídos por voluntários, todos colegas de Banco. A imensa maioria precisa fazer dupla jornada e/ou abrir mão de finais de semana para cumprir as obrigações funcionais e as atividades sindicais, exercidas em nome do conjunto funcional.
A imposição de fardo excessivo de trabalho aos colegas dirigentes e/ou  colaboradores do Sinal não é justa, prejudica o conjunto de atividades sindicais necessárias e desestimula a futura eventual participação de muitos outros colegas, em especial os da ativa.
Sem renovação nos seus quadros, o Sinal se enfraquece, prejudicando a todos.
Nesse contexto, afigura-se-nos como uma atitude intolerante – porque desrespeitosa ao direito de o outro partilhar de um ideal estranho ao seu – dificultar a participação em atividades sindicais, mormente a AND, encontro mais importante dos servidores junto ao Sinal.
Principalmente se tendo em mente que, cada vez mais, esta(re)mos sujeitos a injunções políticas e, portanto, a presença do Sinal se fará cada vez mais necessária.
Instamos essas chefias a repensar seu conjunto de valores e crenças, desarmando-se quanto à existência e atuação do Sinal.
Qual seria nossa remuneração sem o trabalho de seus dirigentes?
Qual seria o grau de engajamento do funcionalismo nas atividades pelo Sindicato, ante os salários aviltantes, recebidos antes das conquistas recentes?
Dá para imaginar o trabalho das chefias, se voltássemos à situação em que o Banco Central esteve servindo de mero trampolim para outras instituições?
Muitos funcionários do BC jamais haviam cogitado da existência de um sindicato – um “palavrão” para muitos à época.
Houve resistências, mas o Sinal sobreviveu graças ao entendimento da maioria de que reconhecer e apoiar a atividade sindical é garantir o próprio futuro.
O ditado “Uma andorinha só não faz verão” se encaixa à perfeição na necessidade do Sindicato na vida do servidor do BC, nos dias de hoje. Na verdade, na vida do servidor público. Ponto.
Sozinhos, isolados, não garantimos nada, não podemos nada, não somos nada.
Juntos, corporificamos ideias, inteligência, trabalho e valores individuais preciosos num produto de força comum, cujos benefícios se estendem sobre todos.
Cercear, por conseguinte, a atuação dos colegas nas atividades do Sinal para que se oferecem espontaneamente é jogar fora uma disposição ímpar e meritória de trabalho pelo coletivo.
Vale muito lembrar Brecht, neste excerto de seu “Necessidade do Sindicato”:
 
Mas quem é o sindicato?
(…)
Quem é ele?
Você, eu, vocês, nós todos.
(…)
Ele é sem nós o mais errado.

(…)
Que o caminho curto é melhor do que o longo, ninguém nega.
Mas quando alguém o conhece e não é capaz de mostrá-lo a nós,
de que serve a sua sabedoria?
Seja sábio conosco!
Não se afaste de nós!

 

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