Edição 13 - 21/02/2011

Carta aberta publicada a pedido de 34 dos 37 servidores do Mecir/Gtspa, subscritores do documento

São Paulo, 17 de fevereiro de 2011

 

Ao Sr. Chefe do MECIR 

 

            Na terça-feira passada, 8 de fevereiro, fomos surpreendidos com a comunicação, feita por meio de videoconferência, de que a comissão de Coordenador da Sufis/SP seria remanejada para o DEMAP e atribuída ao engenheiro responsável pelas obras da nova sede do MECIR, na Gamboa. Consequentemente, a partir daquela data, extinguir-se-ia o componente administrativo em questão e o servidor Paulo Lino Gonçalves estaria destituído da função até então ocupada. 

O progressivo enxugamento da estrutura administrativa do MECIR, mormente nas representações regionais, e a grande quantidade de aposentadorias acontecendo em curto espaço de tempo, problema este que tem nos afetado de forma mais intensa do que a média dos outros departamentos, são fatores de estrangulamento que apontam perspectivas sombrias para a boa condução do nosso trabalho. 

A permanência desse estado de coisas certamente deverá afetar – a rigor, já vem afetando – o bom desempenho de nossas atividades, redundando em sérios riscos ao cumprimento do papel institucional do MECIR. 

            Em 31 de dezembro de 2010 V.Sª. encaminhou a cada um dos servidores do MECIR e-mail com documento anexo para prestar informações sobre a nossa inserção no Planejamento Estratégico do BC. 

            Naquele documento foram elencados os Objetivos Estratégicos definidos no Planejamento Estratégico do BC para o período 2010-2014. 

            Também nos foi explicado que o MECIR trabalha com foco, principalmente, no Objetivo Estratégico nº 4 – Assegurar o suprimento de numerário adequado às necessidades da sociedade. 

            O mesmo documento informa-nos, ainda, que os principais processos de trabalho do MECIR – oito deles são citados, inclusive o de Supervisão da Custódia de Numerário – vinculam-se ao macroprocesso Administração do Meio Circulante, sendo este, por sua vez, um macroprocesso de negócio, ou seja, relacionado com a atividade fim do BC. 

            Desses processos de trabalho tidos como principais, derivam, na prática, quase todas as atividades do MECIR – inclusive as de Fiscalização e de Monitoramento da Custódia de Numerário -, o que equivale a dizer que quase tudo que é feito no Departamento concorre para a atividade fim do BC. 

            De outra sorte, cabe registrar os seguintes dados indicativos do peso da Fiscalização da Custódia de Numerário de SP comparativamente ao conjunto da atividade em âmbito nacional: 

  • Em 2011 seremos responsáveis por 11 das 70 missões programadas;
     

  • O estoque médio do custodiante e a movimentação (saques, depósitos e trocas) efetuada pelas IF’s junto a ele nas dependências sob nossa jurisdição perfazem mais do que 50% do total nacional.

            Dessa forma, indagamos: Por que retirar uma comissão da área fim, extinguindo um componente administrativo cujas atividades estão associadas a objetivo estratégico definido pela Instituição? Não se trata de menosprezar o trabalho a ser realizado pelo engenheiro em questão. Alias, entendemos que, pela dimensão do desafio, talvez merecesse uma função mais elevada. A questão é: Tal função não poderia ser requisitada junto ao DEMAP ou ao DESEG? 

Quanto à destituição do Paulo Lino, nosso sentimento tem oscilado entre a indignação e a consternação. 

Paulo Lino, todos sabem, é um servidor extremamente dedicado ao Banco em geral e ao Meio Circulante em particular, daqueles poucos que ainda vestem a camisa pra valer. Líder nato, chefe competente, grande figura humana, Paulo Lino sabe, como poucos, promover a sinergia e manter o relacionamento harmonioso entre os integrantes de sua equipe. Pessoa intensa, veemente, não se furtou a atender a inúmeros chamamentos para atuar como representante dos servidores, seja no MECIR, como representante informal, seja no Sindicato, como representante detentor de mandato.  

Paulo Lino, na opinião de seus pares, sempre soube, nessas circunstâncias, caminhar com serenidade na linha tênue situada entre o respeito aos valores da Instituição e a firme defesa dos direitos dos servidores. 

Paulo Lino, infelizmente, não mais pertence ao quadro de servidores do MECIR. Já no dia seguinte ao seu descomissionamento solicitou transferência, consumada em 15 de fevereiro, para a ADSPA/Copes (PASBC), área na qual já atuou quando de seu ingresso no BC, nos idos de 1978. 

Isto posto, perguntamos, então: Por que não foram envidados todos os esforços para manter no MECIR um servidor com tantos predicados?  

 Episódios dessa natureza provocam efeitos deletérios no moral e na confiança dos integrantes de qualquer equipe. A insegurança e a incerteza assomam como companheiras de todas as horas, pois competência, dedicação e compromisso com os valores organizacionais podem não ser o bastante.  

            Atenciosamente,

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