Edição 4 - 18/01/2012

Reunião do COPOM

 

Algumas das razões que levam o SINAL a defender maior redução da taxa SELIC na reunião de hoje 

Com a mudança de postura do Comitê de Política Monetária no final do ano passado, reduzindo a taxa Selic, mesmo com as projeções do mercado anunciando elevação de pressões inflacionárias, o SINAL teve a satisfação em ver colocada em prática a sua tese, mesmo contrariando inúmeros analistas e críticos pensantes da nossa economia.

Entretanto, agora vemos muitos dos críticos, senão a sua totalidade, aplaudir essa mudança de postura do Copom, na redução da taxa Selic, com vistas a auxiliar na política macroeconômica para manter um dado nível de crescimento econômico, bem como o nível de emprego, mesmo às custas das metas de inflação se aproximarem do limite superior e não do centro da meta, como era adotado até então.

Os nossos estudos técnicos mostram que as razões agora não se baseiam somente nas pressões inflacionárias da inflação de alimentos e de serviços, mas na capacidade produtiva da economia, bem como no cenário econômico externo, o qual mostra que as economias européias e dos Estados Unidos ainda não têm as devidas condições necessárias para a retomada do crescimento econômico auto-sustentado, pois a crise mundial é profunda e afetou fortemente os sistemas financeiros e finanças públicas de muitos países desenvolvidos.

Assim, com base no atual momento da conjuntura econômica brasileira, com ausência de pressões de economia do pleno emprego, bem como as perspectivas do desempenho da economia mundial ao longo dos anos, os nossos setores de estudos técnicos defendem que o Comitê de Política Monetária do Banco Central possa reduzir a taxa Selic em mais de 0,5% ponto percentual. Defendemos, no mínimo, a redução de 0,75 p.p., para que a taxa Selic atinja 10,25% ao ano e possa chegar a um dígito ao final de 2012.

Com isso, a dívida pública terá menor ritmo de crescimento, o que possibilitará menor pressão sobre a política fiscal na obtenção de elevados superávits primário, auxiliando na coordenação da política macroeconômica, liberando, assim, recursos para o atendimento de demandas básicas da sociedade não atendidas como educação e saúde.

A aceleração na queda da taxa SELIC também é fundamental para calar a justificativa do governo de falta de recursos para cumprir a sua obrigação para com os servidores públicos de repor, no mínimo, as perdas inflacionárias de nossos salários que já ultrapassam 20%.

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