NEGOCIAÇÃO JÁ OU GREVE
(Assessoria de imprensa do SINAL)
Negocia‡Æo j ou greve. Esse foi o recado que as entidades do Ciclo de GestÆo e do N£cleo Financeiro (BC, Susep e CVM) deram ao governo ontem, em reuniÆo de uma hora realizada em Bras¡lia com o secret rio de Recursos Humanos do Minist‚rio do Planejamento, S‚rgio Mendon‡a. O mote do encontro foi a exclusÆo dessas categorias da proposta que o Executivo apresentou na Mesa Nacional de Negocia‡Æo Permanente.
O diretor de Assuntos Externos do Sindicato, Paulo de Tarso Calovi, disse ao secret rio que nÆo faz sentido o governo sustentar a proposta de reajuste zero para 200 mil servidores s¢ porque o PCS foi aprovado em 2003. "No caso do BC, s¢ os colegas das classes iniciais conquistaram um ganho efetivo com o PCS; os servidores do meio e do final da carreira, que trabalham em reas estrat‚gicas, obtiveram apenas um ganho residual", afirmou Calovi, em sintonia, ali s, com o sentimento dos onze sindicalistas ali presentes, que passam por situa‡Æo semelhante em suas categorias.
Al‚m das questäes espec¡ficas do PCS, o diretor do SINAL cobrou coerˆncia ao governo: "O reajuste zero para 2004 ‚ incoerente com o discurso do Ministro Mantega, que disse no ano passado que o servidor nÆo teria perdas no governo Lula".
O secret rio S‚rgio Mendon‡a, a princ¡pio, veio com o mesmo discurso que o Executivo sustenta na Mesa de Negocia‡Æo: "O governo optou por recompor os servidores que tiveram perdas muito altas ao longo dos £ltimos anos", explicou. Em seguida, ele reconheceu que a recomposi‡Æo foi pequena para o pessoal do final de carreira (Mendon‡a esqueceu dos servidores do meio de carreira, tamb‚m ignorados pelo PCS).
Em seguida, o diretor de programas da Secretaria de Recursos Humanos, Vladimir Nepomuceno, observou que essas questäes dependeriam da instala‡Æo da Mesa Setorial (no nosso caso, seria uma Mesa espec¡fica no ƒmbito do Minist‚rio da Fazenda reunindo a Secretaria da Receita Federal e o Banco Central). Em resposta, as entidades avisaram ao governo sobre a paralisa‡Æo no pr¢ximo dia 29 e o in¡cio da greve, por tempo indeterminado, a partir de 5 de maio, ou seja: nÆo d para esperar a constitui‡Æo da Mesa Setorial para entÆo se iniciarem as negocia‡äes.
Mendon‡a, ao menos, foi sincero: "O problema ‚ que o calend rio est muito apertado. NÆo vamos ter tempo de discutir estes pontos at‚ 5 de maio", avisou. "NÆo queremos fazer uma negocia‡Æo apressada que, mais tarde, nos force a rediscutir questäes que, para n¢s, j estavam resolvidas".
Nepomuceno sugeriu que as entidades fizessem um documento conjunto separando as reivindica‡äes gerais e espec¡ficas para que se possa "organizar a discussÆo". O documento vai ser produzido, mas as entidades entendem que o foco, no momento, sÆo as tabelas de cada carreira, para corrigir as distor‡äes que afetam o pessoal situado no meio e no final delas.
O diretor do SINAL, Paulo Calovi, frisou que o Sindicato vem tentando dialogar com o governo h algum tempo. "Enviamos uma carta ao governo no dia 16 de mar‡o com esse fim; reiteramos o pedido em carta enviada em 30 de mar‡o. Tendo em vista que nÆo obtivemos nenhuma resposta, encaminhamos outra carta, desta vez ao Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, solicitando a sua interferˆncia. O sentimento no Banco ‚ pela paralisa‡Æo no dia 29".
Os representantes das demais entidades concordaram com Calovi. O secret rio, entÆo, afirmou: "Vamos ligar pra vocˆs e dizer se d para reiniciar a negocia‡Æo j , ou nÆo". Ontem, portanto, como vem sendo desde o in¡cio das negocia‡äes em 2004, apenas promessas, evasivas e adiamentos.
Com uma greve vitoriosa, o governo nÆo pensar duas vezes para dizer o sim que o servidor do BC busca.