Edição 162 - 21/11/2012

Banco Central ignora Dia da Consciência Negra

Sinal-SP participa de marcha na Av. Paulista, e denuncia desrespeito da autarquia ao feriado municipal de 20 de novembro. 

BC ignora data também no Rio de Janeiro. Dirigentes da Regional São Paulo, na condução do protesto, relacionaram postura autoritária do BC com a do governo Dilma Rousseff durante a campanha salarial 2012, ainda não encerrada. 

Veja a seguir o informativo Boca Paulista nº 88, de 20.11.12 – Sinal-SP realiza ato de homenagem e de protesto.

20 DE NOVEMBRO: SINAL-SP REALIZA ATO DE HOMENAGEM E DE PROTESTO

Mais de uma centena de servidores do Banco Central em São Paulo estiveram presentes ao ato promovido pelo Sinal regional, na manhã de terça-feira, 20/11/12, para homenagear o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra e protestar pelo fato de serem obrigados pelo BC a trabalhar em data considerada feriado municipal.

Aparecido Francisco de Sales, presidente do Sinal-SP, na condução do ato, fez um apanhado das tratativas do sindicato, todas infrutíferas¹, visando impedir o trabalho nesse feriado. “Nossa luta, como a de Zumbi, é pelo combate às injustiças, pela liberdade; aqui não é uma senzala. O Banco Central precisa mudar a postura porque o clima interno está ruim”, disse ele.

Com todas as restrições que vêm sendo impostas aos servidores², que resultado esperar da pesquisa sobre clima organizacional que o BC iniciou, sintomaticamente, no feriado do dia 20/11/12, negando àqueles lotados nas praças de São Paulo e Rio de Janeiro³ o direito ao lazer e de acompanhar a família no feriado4?

Iso Sendacz, conselheiro do Sinal-SP e diretor para Assuntos Intersindicais (Sinal Nacional), enalteceu a figura do professor Eduardo de Oliveira, que conheceu pessoalmente, autor do Hino à Negritude, executado no início e no final do ato, na voz do próprio autor (como no vídeo acima, em que ele que aparece cantando).

Aproveitando o ensejo, Sales e Paulo Lino, diretor Secretário do Sinal-SP, fizeram comentários sobre o trabalho que o sindicato vem realizando em Brasília com vistas à reabertura das negociações salariais com o governo. O sindicato, inicialmente sozinho na luta pela reabertura das negociações, após o fechamento do acordo que o governo fez com várias categorias, hoje conta com a companhia de outros sindicatos que também buscam reabrir negociações.

Um servidor, por sua vez, parabenizou o Sinal-SP pelo ato no Dia da Consciência Negra. Da mesma forma que os negros daquela época adquiriram a consciência da necessidade de se mobilizarem contra a opressão, apelou para que os servidores do BC reflitam sobre o que vem acontecendo na relação com o governo, que nos impõe índice, não negocia e ainda nos tira um feriado, com ameaça de outros mais. É preciso reagir!

Um outro participante, ao final, questionou o BC que, enquanto funciona o GT da Litigiosidade, cria novos focos de conflito com os servidores, indo na direção contrária à Valorização das Regionais, um dos temas discutidos na primeira parte da XXV Assembleia Nacional Deliberativa (AND) do Sinal, realizada em Belém (PA), nos dias 15 a 18/11/12.

¹ ver o boletim Boca Paulista nº 8, de 19/11/12.

² ver o boletim Boca Paulista nº 9, de 19/11/12.

³ No Rio de Janeiro, o efeito da liminar obtida pelo Sinal foi suspenso.

4 Iso Sendacz e Aparecido Sales, a partir das 13h, estiveram na concentração, no vão do MASP, da IX Marcha da Consciência Negra, em que milhares de paulistanos, ao passar mais tarde pela porta do Banco Central, rumo ao centro da cidade, protestaram em alto e bom som contra a imposição de trabalho aos servidores, no dia do feriado.

 

 

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