Edição 16 – 28/1/2020
Sinal presente em ato que marca os 16 anos da Chacina de Unaí
“Justiça que tarda, falha”. A mensagem, estampada em faixas, camisetas e presente nos discursos foi o grande mote de ato público realizado na manhã desta terça-feira, 28 de janeiro, em Brasília, relembrando os 16 anos do crime conhecido como Chacina de Unaí, que vitimou os Auditores Fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Lage e Nelson José da Silva, além do motorista Aílton Pereira de Oliveira, do Ministério do Trabalho, durante apuração de denúncia de trabalho escravo no município de Unaí (MG).
O presidente do Sinal, Paulo Lino, participou da emocionante atividade, realizada pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), que contou com a presença de familiares e amigos das vítimas e de representantes de diversas entidades da sociedade civil.
“O clamor por justiça nos traz aqui em mais um ano”, afirmou o presidente do Sinait, Carlos Silva, ao criticar a persistente impunidade, haja vista que os mandantes e intermediários do assassinato permanecem soltos, mesmo após sentenças condenatórias. Ainda, destacou que o atentado, efetuado contra servidores no exercício de suas funções, consiste em um “crime bárbaro contra o Estado brasileiro”.
Em sua intervenção, Paulo Lino observou que, diariamente, servidores públicos dedicam vidas, a despeito dos riscos inerentes às suas atribuições, à construção de um país mais justo, a exemplo daqueles que combatem a exploração de trabalho escravo. O presidente do Sinal destacou, também, o papel fundamental da classe para a garantia de proteção social e criticou o desmanche dos serviços públicos e a campanha de vilanização do funcionalismo em curso.
Como forma de homenagear as quatro vítimas da chacina, 28 de janeiro foi fixado Dia do Auditor-Fiscal do Trabalho e Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Ao fim da atividade, que ocorreu em frente ao edifício-sede do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, em Brasília, onde os processos tramitam, os manifestantes cobriram os rostos com vendas, em alusão à luta para que seja feita justiça aos envolvidos.