Edição 033 - 21/05/2018

#somostodosMecir


Conforme relatado no Apito Carioca anterior, vem causando um clima de estranheza a forma nada convencional, sem a necessária transparência, como vêm sendo conduzidas as últimas sucessões de chefias promovidas pelo Banco Central em alguns departamentos.

A situação como um todo é mais grave no Mecir.

Há quatro anos tendo o orçamento para aquisição de cédulas e moedas reduzido a aproximadamente metade do que era, não restou outra alternativa senão a adoção de uma política de aproveitamento por mais tempo das cédulas já em circulação, o que provocou, como esperado, redução da qualidade do dinheiro, mas, por outro lado, garantiu o atendimento aos saques de numerário das instituições financeiras e, por consequência, a existência de dinheiro em circulação nas quantidades necessárias à população.

Sistematicamente submetido aos programas anuais de auditoria interna, os processos de trabalho de meio circulante foram também foram analisados pela CGU que, além de tecer críticas duras sobre a gestão do ciclo do numerário realizado pelo Mecir, também criticou os indicadores de riscos utilizados pela Deris e desqualificou os trabalhos de auditoria interna realizadas pela Audit no Meio Circulante.

O Sinal-RJ discorda veementemente das conclusões e das recomendações contidas no relatório citado, hoje de domínio público. Está parecendo que o relatório tem sido utilizado pela Diretoria como justificativa para a adoção de ações no sentido de redução de atividades de meio circulante.

O que se seguiu foi ainda mais preocupante: O encerramento, via mero Comunicado, desprovido do necessário Voto da Diretoria, das operações de caixa-forte, da distribuição de numerário, do processamento de cédulas e de destruição de dinheiro inadequado à circulação na Gerência-Técnica de Porto Alegre, situação já denunciada pelo Apito Nacional de nº 55, de 26.3.2018.

Por fim, agora nos chega a notícia de que estão ocorrendo mudanças dos principais postos de Chefia daquele departamento, causando estranheza pela ausência de um precedente similar na nossa instituição.

Não há necessidade de se consultar videntes para perceber que são sinais preocupantes e que não são fatos isolados como se quer fazer crer. Em comum, a incerteza sobre os planos da diretoria para um dos departamentos mais emblemáticos da instituição. O Mecir opera a maior logística operacional do Banco Central e por isto é responsável por seus maiores custos, a aquisição de papel-moeda, a distribuição, o controle e o saneamento do numerário em todo o território nacional.

A visão de “Consultoria”, apregoada pela diretoria, levanta uma sombra sobre o futuro deste e de outros departamentos. O Sinal-RJ entende que o Banco Central deve aceitar desafios e não fugir deles mutilando as suas funções. Neste contexto, sabemos perfeitamente quem pagará o preço pela descontinuidade dos serviços: O elo mais fraco do mercado financeiro, o cidadão.

Estamos diante de um risco institucional. Temos plena confiança na capacidade técnica e profissional dos colegas do Mecir para executar a sua missão. Por isso afirmamos que queremos um Meio Circulante ainda mais presente para atender as necessidades da população.

Para os servidores desta casa se acendeu uma luz vermelha. Ou nos posicionamos na defesa do Mecir ou veremos mais cortes indiscriminados no futuro.

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