VOCÊ GOSTARIA DE TER UM LUGAR NA TERCEIRA CLASSE?
O grande circo místico
Existem momentos na história em que a realidade se mostra dura demais para que algumas pessoas consigam simplesmente se sentar e analisar racionalmente o que se passa à sua frente.
A falta de perspectiva, a incerteza sobre o futuro ou simplesmente o sentimento de impotência diante de um mundo que não controlamos mais fazem muitas pessoas, independente de escolaridade ou do nível social, abdicarem rapidamente do pensamento racional e substituí-lo pela crença absoluta em um “salvador da pátria”.
Uma forma de pensamento que só podemos considerar como místico, visto a virulência com que é defendido, pignorando qualquer realidade.
Compreensível? Sim.
Desculpável? Não.
A não ser em manicômios, a fuga da realidade nunca foi um bom negócio, exceto, claro, para os seus donos.
Estes sempre souberam que poderiam lucrar muito dinheiro gerindo a loucura alheia.
Os pacientes não podiam reclamar de nada e os pagantes queriam pagar para simplesmente se livrar de um “problema” incômodo.
Foi necessária uma reforma racional na Medicina para restabelecer o óbvio: até loucos têm direitos!
Mas para isto era preciso que os “normais” os defendessem.
Desde a redemocratização de 1989, as eleições presidenciais em nosso país se caracterizam pela busca irracional de “Salvadores da pátria”: Collor, FHC, Lula e recentemente Bolsonaro.
Todos, independentemente do viés político, são provas inequívocas desta paixão nacional pelo culto à personalidade.
O “salvador da pátria” não fala bobagens, é mal interpretado.
Ele não precisa ser democrático, basta combater os “inimigos” da sociedade.
Ele não precisa sequer apresentar um projeto factível à sociedade para ser eleito, deve apenas ser deixado em paz para trabalhar, porque ele sempre achará uma solução para qualquer problema que apareça.
Afinal, ele é um iluminado.
Vivemos numa sociedade onde a construção social mostra que a participação política não é só malvista, uma vez que é propícia à corrupção, como também é relegada pela maioria das pessoas.
De certa forma, este sentimento estaria intrinsecamente relacionado à aversão ao que é público, comunitário, ou seja, aos próprios serviços públicos.
E, por outro lado, temos a valorização da perseguição de metas, questões particulares ou corporativas.
A efetividade do grande circo místico está relacionada à falta de participação efetiva dos membros da sociedade, enquanto cidadãos, na vida política.
O resultado é a realidade de um país em que os partidos políticos são clubes fechados que movimentam bilhões em recursos públicos ao seu bel-prazer, enquanto clubes de futebol (outra paixão nacional) atraem cotidianamente a atenção de milhões de pessoas.
Queremos ter todos os nossos direitos, mas não temos nenhuma preocupação com as instituições que teoricamente deveriam defendê-los (entregues graciosamente aos interesses e desmandos dos políticos de plantão).
Como cantava Renato Russo em ”Que país é esse? ”: “Ninguém respeita a Constituição… Mas todos acreditam no futuro da nação”.
O atual governo, na mesma linha do anterior, instituiu o seu pensamento místico oficial de que apenas a iniciativa privada nos salvará.
Os problemas da nação são frutos do Estado e do Funcionalismo Público.
Não todos os Funcionários, existem os de estimação: os policiais e os militares, que têm, disparados, o maior déficit previdenciário per capita, não seriam problemas.
Estes podem ter aumento e ter suas filhas solteiras subsidiadas pelo Estado até o fim das suas vidas (!?).
Os “supersalários” acima do teto constitucional do Judiciário e do Legislativo seriam um problema, mas sabe como é que é, melhor não mexer (!?).
Não tem jeito, o inferno somos nós!
Ganhamos demais, trabalhamos de menos, somos parasitas da nação.
A não ser é claro que você receba um DAS e vá trabalhar para o governo.
Já estes trabalham muito e são exemplos de dedicação (!?).
Como vimos pelo vídeo da reunião ministerial de 22.4.2020, não há planos ou projetos.
Vivemos uma pandemia global e uma perspectiva catastrófica em nossa economia e as falas da reunião se resumiam a devaneios e paranóias movidos à força de xingamentos.
A tradução do congelamento salarial pelo ministro Paulo Guedes foi estarrecedora:
“Conseguimos colocar uma granada no bolso do inimigo! ”.
O Sinal-RJ é uma instituição sindical.
O seu objetivo é a defesa dos direitos trabalhistas dos Servidores do Banco Central do Brasil, prioritariamente sob a ótica da sua base no Rio de Janeiro.
Os nossos compromissos foram estabelecidos no Programa da Chapa eleita pelos nossos associados.
Não podemos dele nos dissociar, e muito menos da realidade que enfrentamos.
Infelizmente ser fiéis a estes compromissos tem significado se proteger em tempo integral das agressões do governo dirigidas contra a nossa Categoria.
Apesar do fracasso retumbante da sua gestão, o ministro Paulo Guedes já demonstrou que somos uma obsessão em sua vida.
Quem vocês acham que na visão dele deve pagar a conta da pandemia?
E apesar disto, recebemos algumas reclamações de alguns colegas que acreditam que não deveríamos nos opor ao governo.
Não menosprezamos a opinião de ninguém, mesmo quando não são filiados ou sejam de outras Regionais.
Todas têm o nosso respeito, mas, sinceramente, o que podemos responder a estes colegas?
A realidade é cristalina.
Como não contestar um governo que nos agride diariamente ao buscar incessantemente reduzir nossos salários, degradar as nossas atividades e nos entregar à aberta perseguição ministerial?
Aos colegas que acham que nada vai acontecer se o Sindicato ficar quietinho, alertamos que estão se iludindo.
Estão apenas garantindo um lugar na terceira classe do circo do governo.
CAMPANHA SINAL-RJ DE COMBATE AO CORONAVÍRUS
FIQUE EM CASA!
Em português coloquial: ñ é hora de abrir nada!
O preço desta irresponsabilidade será pago em dezenas
de milhares de vidas. (Miguel Nicolelis on Twitter)
https://twitter.com/MiguelNicolelis/status/1265829348499742720?s=08
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Covid-19: mais de 60% estão estressados com o trabalho em casa
Pesquisa feita pelo LinkedIn, maior rede profissional do mundo, ouviu 2 mil pessoas. Um dos pontos do estudo diz que 68% dos brasileiros que estão em casa têm trabalhado de uma a quatro horas a mais por dia.
A adoção em grande escala do home office [escritório em casa] em função do isolamento social para conter o novo coronavírus tem afetado a saúde mental de profissionais brasileiros.
Uma pesquisa do LinkedIn, que ouviu 2 mil pessoas na segunda quinzena de abril, indica que 62% estão mais ansiosos e estressados com o trabalho do que antes. O LinkedIn é a maior rede social profissional do mundo.
O levantamento mostrou, também, que, para o brasileiro, a falta de interação com colegas de trabalho tem sido impactante: 39% dos entrevistados se sentem solitários, 30% se confessam estressados pela ausência de momentos de descontração no trabalho e 20% sentem-se inseguros porque têm dificuldades em saber o que está acontecendo com seus colegas de trabalho e a empresa onde trabalham.
Por outro lado, a falta de interação com os colegas e a redução das interrupções relacionadas ao ambiente do escritório fazem com que 33% considerem que estão mais produtivos.
Não é só a saúde mental que está sendo afetada. A física também sofreu impacto com a chegada da quarentena: 43% dos entrevistados estão se exercitando menos e 33% disseram ter o sono afetado negativamente.
Horas extras
O home office também tem significado horas extras de trabalho para muitos profissionais. Segundo o estudo, 68% dos brasileiros que estão em casa têm trabalhado pelo menos uma hora a mais por dia, com alguns profissionais chegando a trabalhar até quatro horas a mais/dia (21%).
Além das horas extras, trabalhar em casa impõe outro desafio para os profissionais: desligar-se das atividades do trabalho. A pesquisa revelou, ainda, que 24% se sentem pressionados a responder mais rapidamente e estar online por mais tempo do que normalmente estariam.
A preocupação de se mostrar ocupado com o trabalho tem relação com o medo de perder o emprego, destacado por 18% dos entrevistados.
Essa pressão também faz com que os profissionais adotem algumas posturas para mostrar que, mesmo em casa, estão labutando muito, levando 27% a enviar e-mails fora do horário do expediente.
Desafios do trabalho em casa
Além das preocupações com as atividades do trabalho, a necessidade de conciliar o trabalho com a atenção à família e, ao mesmo tempo, gerenciar a preocupação com o avanço do coronavírus representam desafios em casa.
O estudo mostra, também, que 34% acabam por se distrair ouvindo ou assistindo notícias sobre a covid-19, 20% enfrentam dificuldades para conciliar o trabalho e o cuidado com os filhos e 22% consideram desafiador trabalhar com o parceiro em casa.
Mesmo que com impactos negativos em algumas áreas, o trabalho remoto trouxe benefícios em outros aspectos. Os entrevistados indicam ganhos na convivência familiar: 59% afirmam que, com a quarentena, o tempo de qualidade com a família aumentou. Outro ponto positivo foi a adoção de uma alimentação mais saudável, apontada por 32%.
Retorno ao trabalho
A expectativa é que a volta para o escritório implique em mudanças de comportamento, tanto nas relações pessoais e aspectos emocionais quanto no uso de recursos tecnológicos.
Quando voltarem ao trabalho, 52% acreditam que os contatos com os colegas serão mais frequentes, 41% apostam no uso mais intenso da tecnologia e 28% acreditam que a ansiedade vai diminuir por poderem interagir com outras pessoas ao voltar para o escritório.
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