ENTREVISTA DE VLADIMIR NEPOMUCENO – PARTE III
Parte III de entrevista imperdível concedida ao Sinal-RJ por Vladimir Nepomuceno
Vladimir Nepomuceno é Consultor (Sinal e diversas outras Entidades Sindicais), Diretor (VN1 Assessoria e Consultoria Ltda.), Ex -Diretor (Ministério do Planejamento, DIEESE-DF e DIAP), Especialista em Processo Legislativo (CEFOR-Câmara dos Deputados).
Na entrevista, Vladimir aborda assuntos extremamente relevantes para os Servidores Públicos e o Serviço Público brasileiro na atualidade.
Confira aqui a Parte I e a Parte II da Entrevista!
1 – Existe a possibilidade de se ter índices diferenciados entre as categorias? O DIEESE calculou para o primeiro grupo perdas salariais equivalentes a 53,05% e para o segundo grupo perdas em percentual de 39,82%. Na proposta apresentada pelas entidades as recomposições se dariam de forma parcelada objetivando a recomposição das perdas acima da seguinte forma: Bloco I Bloco II Reivindicação 39,82% (com a confirmação da deflação em junho/2023 em 0,15%) Cabe observar que a proposta acima não trata de recomposição de perdas específicas de alguma carreira, devendo essa discussão ser tratada em Mesa Específica e Temporárias. 2 – A Ministra de Gestão Interna no início do ano fez comentários a respeito da necessidade de uma reforma no serviço público. Houve mais alguma informação a respeito das diretrizes possíveis desta aludida reforma administrativa? R: O que é público até o momento é o desejo da atual administração do MGI de elaboração de propostas de atualização e modernização da administração pública federal, com garantia de direitos para servidores, em estudo, em contraposição à proposta em tramitação na Câmara dos Deputados. 3 – Um dos elementos-chave do receituário do Banco Mundial para o incremento da produtividade, por exemplo, no setor público da economia de um país “em desenvolvimento”, é o estabelecimento de “bônus por produtividade”, individualmente aferida, o que, por evidente, exclui servidores aposentados de seu recebimento. Se é certo que “A longo prazo, estaremos todos mortos”, como afirmou J. M. Keynes, na sua opinião será provável que o “bônus” da Receita Federal e de outras instituições públicas brasileiras que porventura venham a adotar um tal instrumento de remuneração esteja fadado ao papel para ele preconizado pelo Banco Mundial? R: Ainda que Keynes esteja certo a logo prazo, podemos considerar que até lá, a tendência dentro do modelo capitalista neoliberal, que “não pode esperar”, é a redução, ainda que gradativa, de despesas com políticas sociais e pessoal na administração pública. A reforma da previdência, que cria dificuldades e impede o recebimento de aposentadorias e pensões ainda em vida para muitos trabalhadores, e a reforma administrativa (que segue em tramitação na Câmara dos Deputados), que propõe a redução do número de servidores públicos, mais a entrega de serviços e atividades públicas à iniciativa privada, além da redução de despesas com os servidores remanescentes, quer na remuneração, quer em direitos e benefícios, caminham no sentido apontado na pergunta. Cientes disso, é óbvio que dentro do grupo de cargos públicos que permaneçam na administração pública e que não são obrigados a serem remunerados por subsídio, como é o caso das carreiras policiais (CF, art. 144, parágrafo 9º) terão suas remunerações através de uma parcela fixa e outra variável, vinculada à avaliação de desempenho individual. |
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