Edição 28 – 13/2/2020

Ato político na Câmara marca início da luta unificada em defesa do serviço público no ano


O auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados foi palco da primeira grande atividade unificada das representações do funcionalismo no Parlamento em 2020 nesta quarta-feira, 12 de fevereiro. O Ato Político Pela Valorização do Serviço Público no Brasil, organizado pela Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, reuniu sindicatos, associações, centrais e parlamentares. Conselheiros de diversas seções regionais do Sinal participaram do evento.

Pela manhã, lideranças presentes se revezaram na tribuna, em rechaço unânime às recentes afirmações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que comparou servidores a “parasitas”, e à sucessão de ataques ao setor. “Os serviços públicos estão sendo entregues em mãos que não têm compromisso com a assistência à população brasileira”, destacou a deputada Alice Portugal (PCdoB/BA), que conduziu os trabalhos.

Para o deputado André Figueiredo (PDT/CE), a gravidade do cenário demanda ações de enfrentamento contundentes e diuturnas. “De agora em diante será necessária uma mobilização ininterrupta, sob pena de termos de arcar com uma série de prejuízos para o serviço público e a sociedade brasileira como um todo”.

Dando continuidade à programação do ato, pela tarde, especialistas compuseram a mesa do seminário “Reforma Administrativa: Desmonte do Estado como Projeto”, com o objetivo de avaliar o ambiente político e as propostas atualmente em pauta.

O economista e presidente da Afipea, José Celso Cardoso, condenou o que chamou de “criminalização do gasto público real” e “privatização das finanças públicas”, fruto da política econômica e fiscal do governo, enquanto há uma “blindagem do gasto público financeiro” em detrimento de investimentos em políticas sociais imprescindíveis ao crescimento do país. Segundo o painelista, “não se trata de ações isoladas, mas de ataques simultâneos, com a intenção de minar quaisquer frentes de resistência”.

Ponto nevrálgico da proposta de reforma administrativa, a flexibilização da estabilidade, foi tema de avaliação do sociólogo e pesquisador do Ipea, Félix Lopez, que alertou: “O efeito de se flexibilizar a estabilidade, principalmente em âmbito municipal, pode ser bastante danoso à prestação de serviços ao povo”.

 Assista aqui à íntegra do painel.

Edições Anteriores
Matéria anteriorInterlocução parlamentar: PEC186 e ofensas de Guedes pautam agenda do Fonacate
Matéria seguinteAGN indica manutenção da luta