Edição 97 – 16/6/2020

Covid-19: relatório compila informações sobre doença nas unidades federativas com representações do BC


O Apito Brasil repercute relatório produzido pela colega Laura Tupinambá – servidora do Banco Central, em Belém – compilando dados referentes à disseminação do novo Coronavírus nas dez unidades da Federação com representações físicas da Autarquia. Clique na imagem para acessar o documento e leia abaixo as considerações da autora.

“Comecei a compartilhar informações sobre a Covid-19 no meu status no WhatsApp a fim de que familiares e amigos acompanhassem o panorama no Estado do Pará. Após, em contribuição ao Grupo do Rio, passei a incluir dados das Unidades Federativas que possuem representação do Banco Central e, então, com as ideias e solicitações de servidores do BC, fui ampliando, adequando e formalizando em documentos, sendo este o mais atual.

Ao analisar dados registrados até 13/06/2020, a partir de consultas aos sites do Ministério da Saúde, das 10 Secretarias de Saúde e da Universidade Federal de Pelotas –UFPel (Pesquisa EpiCovid19-BR), percebe-se que os Estados do Pará, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo apresentam mais casos relativos e absolutos de Covid-19, e suas respectivas capitais figuram entre as 10 do país com maior percentual de pessoas com anticorpos, além do considerável número de óbitos confirmados por Covid-19 a cada 100 mil habitantes.

É relevante esclarecer, porém, que a falta de realização de testes em Minas Gerais pode ser um obstáculo à percepção da realidade, bem como a realização pelo Distrito Federal de testes acima da média nacional reflete num crescimento importante do número de casos, acompanhado, no entanto, de aumento na ocupação de leitos no período observado.

Quando observamos os casos novos (incidência) de 22/03 a 13/06, apenas Ceará e Pernambuco podem não estar num ponto ascendente, o que não significa segurança para flexibilização das ações de isolamento, tendo em vista o prazo longo para o reporte das notificações às Secretarias (no Pará, em média, 20 dias), além do comportamento dos cidadãos.

Neste cenário, e considerando a continuidade da análise nas próximas semanas, as variáveis interessantes a serem observadas, sem prejuízo de outras, são: 1) os casos novos após a flexibilização por algumas UFs (os reflexos surgem de 2 a 14 dias após o contágio); 2) o provável agravamento do cenário em outros pontos do país (pelo retardamento/achatamento do pico da curva ou pela sazonalidade característica) e; 3) o comparativo de registro das Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) entre os anos de 2019 e 2020 (classificação muito utilizada quando não há diagnóstico de Covid-19).”

O Sinal mantém-se firme na sua posição de que a volta ao trabalho presencial, neste momento, é precipitada, serve apenas para justificar uma narrativa governamental e colocará a saúde dos servidores do BC e de seus familiares em um risco desnecessário.

O trabalho remoto salva vidas!

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