Edição 105 – 26/6/2020

Em webinar, especialistas avaliam efeitos econômicos e sociais e papel do serviço público diante da pandemia da Covid-19


“A pandemia e o Serviço Público: aspectos econômicos e sociais”, foram temas de webinar promovido pela seção regional do Sinal em Porto Alegre. O debate virtual contou com a presença do jornalista e doutor em sociologia Juremir Machado e de servidores do Banco Central do Brasil especialistas em diferentes áreas. O presidente nacional do Sindicato, Paulo Lino, mediou o evento.

Para Juremir, a Covid-19 trouxe uma espécie de “despertar” para a importância do serviço público. Na avaliação dele, esferas da sociedade civil passaram a questionar mais a agenda de redução do Estado vigente, haja vista o protagonismo que o setor público vem demonstrando frente às demandas da população. “De repente, fomos atropelados por este inimigo invisível e as coisas começaram a ser repensadas”, afirmou, observando que “melhor seria chegar a esta conclusão sem tamanho sofrimento”.

A servidora Laura Tupinambá, lotada em Belém, especialista em saúde coletiva, subsidiou as discussões com uma série de dados sobre a disseminação do novo Coronavírus pelo país que, segundo ela, entre outros pontos, trazem fortes indícios de subnotificação da ocorrência da doença. Também, enfatizou a importância do distanciamento, diante da falta de medicamentos comprovadamente eficazes como forma de imunização, e colocou em xeque as condições sanitárias para uma eventual volta aos trabalhos presenciais na Administração neste momento.

Maria Juliana Fabris, servidora lotada na capital gaúcha, apresentou um diagnóstico dos impactos econômicos, já sentidos, em decorrência da pandemia e apontou o prognóstico de uma crise “profunda, generalizada e prolongada”, com reflexos na demanda e no setor produtivo. Na visão da doutora em economia, para a superação deste cenário adverso, “não tem mão invisível que vá dar resultado, sem um custo social altíssimo” e, mais uma vez, o Estado será fundamental como “mitigador da crise e indutor de investimentos”.

Para Celso Rocha de Barros, servidor lotado no Rio de Janeiro, cientista político e doutor em sociologia, a reconstrução do país, no pós-pandemia, necessitará de mudanças políticas profundas no Brasil. O especialista criticou o clima de hostilidade entre governo federal e governos estaduais em meio a uma situação sem precedentes. Em seu ponto de vista “é impossível que qualquer proposta seja implementada se a situação política não se tornar, minimamente, funcional, se não voltarmos a ter governança”.

Assista aqui o evento na íntegra.

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