Edição 16 - 10/03/2005

Relato da reunião do SINAL com o Banco Central

Marcada para começar às 10h, a reunião teve início por volta das 11h.  Estavam presentes:

· pelo Banco: Emídio (Chefe-adjunto da Secre), Hélio (Secretário Executivo), Carolina (Consultora da Dirad) e o Diretor Fleury. O Diretor Paulo Cavalheiro participou apenas da parte final da reunião.

· pelo Sinal: Belsito (Presidente), David (Diretor de Relações Intersindicais), Freitas (Diretor do Departamento Jurídico) e Calovi (Presidente Regional de Brasília).

O que disse o Diretor Fleury: 

ü desculpou-se pelo atraso e iniciou falando porquê mudar. Deu o depoimento de seu próprio acompanhamento da criação da primeira CAP do BC: em BH, há mais de 20 anos. Disse que ajudou a “escrever” o sistema atualmente em uso nas Centrais e que atualmente apenas 7% do público vai às representações do BC: 93% da demanda se dá via 0800, internet e carta.

ü os valores divulgados sobre a aquisição de software não estavam corretos quanto ao que denominou de “contratação de solução integrada ERP à SAP/IBM”.

ü quanto às mudanças pretendidas, disse que o call center a ser localizado em Brasília   seria integrado ao Sistema Financeiro. Isso permitiria às instituições receber as reclamações do público de forma automatizada.  Um normativo específico, a ser expedido, regularia esse serviço.

ü o Banco vai recriar e/ou reforçar áreas de supervisão em todas as regionais, utilizando as estruturas técnicas locais de atendimento, que seriam transformadas em Gerências Técnicas.

ü relacionou o fortalecimento da supervisão à expansão do microcrédito e à necessidade do Banco em fazer um acompanhamento eficaz da atividade.

ü afirmou que o Banco está adotando um modelo de atendimento ao público utilizado nos principais bancos centrais do mundo.  Assegurou que nenhuma pessoa que vier ao banco deixará de ser atendida.   A forma como isso se daria não foi explanada.

O que disse o diretor Cavalheiro:  chegou no final da reunião e falou com tranqüilidade da absorção do pessoal das CAPs pela área de fiscalização.  Sua incorporação efetiva no novo departamento que seria criado está sendo estudada.  Confirmando o Diretor Fleury, disse que referido departamento trataria da fiscalização de instituições não bancárias, principalmente as cooperativas de crédito abertas para captação ao público, que vêm preocupando o Banco Central.

O diálogo SINAL X Diretor Fleury:

SINAL: relatadas as conversas com dois diretores do BC, em especial o diretor Loyo, ocorrida em 4 de janeiro.  Além de afirmar desconhecer qualquer iniciativa com relação às CAPs, autorizou que essa conversa fosse relatada aos funcionários das CAPs, para tranqüilizá-los a respeito do assunto. 

Diretor Fleury: disse que a matéria vinha sendo tratada com as diretorias específicas e em seguida o colegiado referendara tais ações.

SINAL: mostrou que essas medidas estão em contradição com a atualização do Planejamento Estratégico anunciado pelo LD em 24/02/2005.

Diretor Fleury: repetiu os argumentos já citados ao lado.

SINAL: reclamou que o Presidente Meirelles não recebe o sindicato (a despeito de a Administração do BC o fazer quando solicitada a isso).  Assuntos relevantes como essa reestruturação das CAPs – cujo processo o titular do órgão demandou – deveriam contar com sua presença.  Isso revela pouco interesse nas questões da Casa.  Citou as audiências para público externo, notadamente parlamentares, concedidas pelo Presidente desde que protocolamos o pedido para esta audiência.

– Lamentou esse distanciamento tanto mais porque sabe que o presidente vem cuidando do projeto de autonomia do BC, e o Sindicato tem posições consolidadas sobre o assunto.  Gostaria de discutir e contribuir nos pontos em que há identidade de posições.

– Lembrou que a postura do Sr. Meirelles é um retrocesso que remete aos tempos de Gustavo Franco. Foram citados comportamentos dessemelhantes de Armínio Fraga, por exemplo.  Apesar de autor da malfadada MP 45, este último discutia detalhes institucionais relativos aos funcionários, como o Regulamento do PASBC. O espaço de diálogo direto era mais amplo em sua gestão.

– Quanto aos 7% que procuram o BC pessoalmente em busca de ajuda, o SINAL afirmou que representam, em sua essência, a parte da população que se vê em maior desigualdade na sua relação com o sistema financeiro.

– Ressaltou que o SINAL defende para o BC “uma cara mais social” voltada diretamente para a população.  Essa porta importante – a do atendimento ao público – no entender do sindicato, está se fechando ou restringindo.

Diretor Fleury: aqui, contrapôs-se veementemente, dizendo que em lugar algum do mundo o BC é banco social; que quando ingressou na Casa o órgão era um banco de fomento.

SINAL: disse que não se está discutindo “banco de fomento” e “banco social”, mas uma instituição que deve servir à sociedade. Nossa imagem perante o público é muito ruim.  Somos conhecidos como a parte do Estado que seqüestrou a poupança popular no Governo Collor e como a entidade que castiga o país com as taxas de juros, dentre outras. A qualidade do atendimento das Centrais e do relacionamento da área com a sociedade é uma excelente oportunidade de reverter essa má imagem.

Mostrou sua preocupação com as “mexidas” que se vem praticando na organização, tendo em vista o desenho desconhecido que se pretende dar ao BC, com o projeto de autonomia.

Diretor Fleury: quanto à autonomia, disse que cabe ao Congresso definir a configuração do Banco Central.  (aqui, deu-se por encerrada a reunião).

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Avaliação do SINAL:

Não foi produtiva a reunião. Nada se avançou  quanto a minimizar a propalada (des) estruturação das CAPs.  O BC se mantém em sua idéia fixa de automatizar (desumanizar) o atendimento ao público.

O sindicato prossegue acompanhando o processo, com o objetivo de impedir um novo desastre como o da reestruturação de ’99.

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