Edição 86 - 29/08/2005

Contato feito pelo governo, agora é pensar nos próximos passos

O que temos diante de nós – Depois de quatro dias de fortes paralisações do funcionalismo – 10, 18, 24 e 25 deste mês – recebemos a proposta do governo para um encontro na próxima quarta-feira.

Contato: vitória em batalha, mas a guerra só começou – Consideramos que o chamamento do governo à conversa foi, sim, uma vitória nossa. As paralisações – curtas, mas maciças e coesas – atingiram sua meta: abriu-se o canal de negociação que tanto buscávamos.

Temos aprendido inúmeras lições em campanhas anteriores. A primeira delas é que o Banco Central não é o mesmo – “caímos na real”, e vemos, “de cá da ponte”, que o cenário em que colocamos nossas reivindicações é outro. O BC não tem mais autonomia financeira nem administrativa para avaliar e conceder o que pleiteamos.

Nada está ganho, ainda – A segunda lição é: nosso interlocutor, o governo formado por ex-sindicalistas, às vezes chama para conversar… mas não dá em nada. Esse é o governo que afirma não querer promover o reajuste linear (de 0,1% !!!!) para o funcionalismo federal. O governo que repete, sem imaginação, a ladainha da não existência de “previsão orçamentária”. O governo que tem concedido reajustes a perder de vista para outras categorias.

Em princípio, sempre acreditamos que uma chamada para negociação redundará em tratativas sérias, porque temos seriedade nas nossas convicções e no modo como conduzimos o movimento reivindicatório. Daí que esperamos seriedade do governo no trato com as nossas questões.

Por isso – e tendo sido atingido o objetivo inicial das paralisações – as lideranças sindicais encaminharão, nas assembléias de amanhã, o indicativo de suspensão da paralisação por 72 horas, com a manutenção do estado de greve e de assembléia permanente.

A proposta não significa um recuo de nossa posição. Até porque, caso a reunião com o governo venha a frustrar as expectativas da categoria, o funcionalismo, indignado, saberá recrudescer na resposta a mais uma demonstração de descaso.

A proposta será, então:

  • Terça-feira, 30.8: Assembléia Geral Nacional para decidir se atendemos ao pedido do governo;

  • Quarta-feira, dia 31 – reunião com o MPOG;

  • Quinta, 1º de setembro – nova AGN, para que as bases decidam quanto ao indicativo (a ser tirado pelas lideranças sindicais).

Estamos confiantes no movimento do funcionalismo. Temos consciência da seriedade com que elaboramos a estratégia a seguir.

O governo concedeu, na abertura das negociações, mas ainda não há ganhos a contabilizar. A união e a firmeza de propósitos de todos continua sendo primordial para os próximos passos.

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