Edição 58 - 28/05/2007

Dois pesos e duas medidas

 

Na última sexta feira, o Secretário Sérgio Mendonça, em reunião da Mesa, informou não ter mandato para alterar a proposta financeira, nem para suspender o desconto dos dias de greve. Em resumo, afirmou:

  • mantida a proposta de tabela já apresentada pelo Governo;
  • mantido o calendário de implementação (Jan/08 e Jan/09);
  • possibilidade de encaminhamento por Medida Provisória;
  • validade da proposta prorrogada por mais uma semana.

Como sabemos, o mínimo que se espera de um Governo, seja nas suas ações efetivas, ou seja nas declarações de um representante, é seriedade e coerência.

E esses dois pressupostos foram rasgados pelo Governo na semana passada.

Faltou seriedade quando afirmaram, repetidamente, que nenhuma categoria em processo de negociação receberia parcela de reajuste em 2007, pois não havia espaço no orçamento da União para isso. Essa afirmação virou letra morta ao concederem o reajuste em set.07 para a PF.

Jogaram no lixo a coerência quando demonstraram que para nós a estória é outra, quando ficou claro que tudo que falaram não valia mais nada, mas que apesar disso, o critério para nós seria diferente.

Um governo que se preza não pode ter dois pesos e duas medidas.

O que teria feito o Governo mudar de opinião tão rapidamente, concedendo aos bravos companheiros da PF aquilo que negava com tanta convicção? O que teria motivado a reunião de emergência ocorrida entre Lula, e os ministros Tarso Genro e Paulo Bernardo? O que poderia ter acontecido se este aumento fosse negado? Essas respostas não são difíceis de adivinhar para quem leu atentamente o noticiário político da semana passada, particularmente, sobre a Operação Navalha.

E nós com isso? Bem, se o problema é incomodar não nos resta outro caminho a não ser "apertarmos os parafusos".

Vamos relembrar o trecho da declaração do Secretário : "..não tenho mandato para alterar a proposta financeira, (…. ) assim, a validade da proposta está prorrogada por mais uma semana …".

Para bom entendedor ficou claro que o Secretário, de forma constrangida, pediu um tempo para tentar obter uma autorização superior visando alterar nossa proposta, pois senão, não se justificaria a ampliação de sete dias num prazo que espirava naquele momento.

Mas para que isso aconteça, temos que fazer a nossa parte.

Não temos outra alternativa a não ser nos mantermos firmes e unidos e não há motivo para queremos mudar nada agora. A tendência dessa sexta feira (25.05) foi de claro crescimento do movimento, que já é um dos maiores realizados. Cresceu politicamente, com o necessário retorno à greve de BH e Porto Alegre, e numericamente, com várias adesões, inclusive de alguns ocupantes de cargos comissionados.

Temos que seguir em frente. Ampliar a greve e exigir do Governo tratamento igual.

Nenhum desconto dos nossos dias de luta e uma proposta financeira dentro de padrões de prazo similares a que foi ofertada a PF, e a ser encaminhada via Medida Provisória. Isso é o mínimo.

E quanto aos ‘"empenhadíssimos" Presidente Meireles e Diretor Gustavo é bom começarem a "mexer os pauzinhos" para dar o necessário mandato ao Secretário Mendonça, pois senão, estarão criando as condições para ter um Banco Central totalmente inadiministrável.  

Assembléia – 14h30m

Pauta:
– buscar antecipação de parcela para 2007;
– exigir a tramitação por MP; e
– exigir que o desconto dos dias parados seja compensado com horas trabalhadas.

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