A mais longa das greves
Dezenove de setembro a 21/10/2005: 33 dias de greve, a mais longa da história do BC (até então).
Abraço ao BC em Brasília (11.10.05) |
O que ganhamos com tanto sacrifício?
1. aumento linear de 10% sobre o VB
2. ampliação de 15 p/ 20% do quadro com GQ de 30%
3. aumento do valor das comissões
4. equacionamento do PASBC
5. modernização do cargo de técnico
Essa interminável Campanha Salarial de 2005 pode ser dividida em três fases:
a) começou em 21/02 e se estendeu até 21/10/2005, naquela que foi talvez a maior assembléia geral nacional da história do BC;
b) em 2006: fomos obrigados a voltar à luta, pelo cumprimento dos acordos firmados e não honrados pelo Governo, em uma sucessão de mobilizações. Lembra-se do quanto brigamos pela retirada dos "sete gatinhos", dos embates e desgastes decorrentes das discussões sobre o artigo 5-A, culminando com a epopéia pela conversão da tal MP 295 em Lei?;
c) agora, em 2007: tivemos que retomar esta infindável e insana Campanha de 2005, a partir dos seguintes eventos:
I. 30 dias depois de o Governo dizer a) que estávamos equiparados à RF, b) que havia esgotado o seu limite na mesa de negociação, e c) que não havia mais orçamento, todos esses argumentos foram abaixo com aumentos generalizados e generosos para diversas carreiras que sempre estiveram em patamar inferior ao do BC, em evidente demonstração de desprestígio para com a Instituição e para conosco, servidores;
II. O SINAL saiu em campo, buscando, em todos os níveis de governo, o reconhecimento para essa insuportável diferenciação. Foram mais de 10 encontros com autoridades, cujos registros não nos permitem esquecer: o SINAL tem tudo documentado (veja a entrevista com o presidente Meirelles na Revista Por Sinal 19, o vídeo de abertura da nossa AND com o Diretor Fleury e o Secretário Sérgio Mendonça, e mais os relatos das reuniões promovidas pelo SINAL, registradas nos Apitos Brasil de 2006 – 68, 81, 85, 90 – e de 2007: 35, 40, 43, 44)
III. Surgiram as ameaças representadas pelo PLP 1, e o tempo urgia: não tivemos dúvida em chamar a categoria à mobilização, mesmo diante do descrédito de alguns e da oposição de outros. Esse fato propiciou chegarmos ao momento presente, tão decisivo da nossa história profissional.
Entramos hoje no 34º dia de greve: deixamos para trás a marca de 2005.
É um recorde para não esquecermos. Isso porque, nesta retomada de Campanha, há duas questões para serem sempre lembradas:
· estamos diante de um embate que demonstra as fragilidades, incoerências e inconseqüências de ações governamentais absolutamente desnecessárias;
· esta marca é mais um símbolo de que somos capazes de nos unir – apesar de todas as adversidades e diferenças ainda não resolvidas – para buscar o que é justo e lutar pela nossa dignidade profissional.
Quantos dias ainda temos pela frente?
Servidores na greve em Brasília (25.05.07) |
Se depender de nós, servidores em greve, a solução pode estar próxima, pois as condições postas para o retorno ao trabalho dependem única e exclusivamente da resposta do Governo à contraproposta deixada na mesa de negociação, no dia 27.04.07.
Ao que o Presidente Meirelles deu a entender como seu engajamento efetivo, na última reunião havida com os representantes sindicais de Brasília, quando sinalizou a construção de uma solução digna para todos, dentro do Governo, que possa ser apresentada e aprovada pelas assembléias, pode ser hoje, pode ser amanhã.
O presidente do BC havia sinalizado receber os sindicalistas ontem. Ficamos de plantão até o momento em que ele deixou o Banco, por volta das 19h, e a esperada reunião não aconteceu.
Continuamos aguardando a chamada para o encontro agendado, bem como o retorno do Governo à mesa de negociação.
Ontem, estranhamente, órgãos de imprensa noticiaram o atendimento de parte de nossas demandas. A fonte não foi citada, mas podemos assegurar que tais informações não partiram da bancada sindical.
Nunca é demais dizer que nossa pauta visa, tão somente, a recomposição salarial e a reivindicação de um tratamento digno ao Banco Central e a seus servidores.
Tudo pode ser resumido no reconhecimento da importância do BC para a economia brasileira e do trabalho que desenvolvemos pelo país.
Até que se tenha, portanto, um desfecho que vá ao encontro desses pleitos, o caminho é manter a mobilização.
Não lutamos contra o Governo.
Defendemos, sim, um futuro melhor para todos:
BC, seus servidores e a sociedade brasileira !