Edição 58 - 05/06/2007

A mais longa das greves  

 

Dezenove de setembro a 21/10/2005: 33 dias de greve, a mais longa da história do BC (até então).

 

 
 

Abraço ao BC  em Brasília (11.10.05)

 

O que ganhamos com tanto sacrifício?

 

1. aumento linear de 10% sobre o VB

2. ampliação de 15 p/ 20% do quadro com GQ de 30%

3. aumento do valor das comissões

4. equacionamento do PASBC

5.  modernização do cargo de técnico

 

Essa interminável Campanha Salarial de 2005 pode ser dividida em três fases:

 

a)     começou em 21/02 e se estendeu até 21/10/2005, naquela que foi talvez a maior assembléia geral nacional da história do BC;

 

b)     em 2006:  fomos obrigados a voltar à luta, pelo cumprimento dos acordos firmados e não honrados pelo Governo, em uma sucessão de mobilizações.  Lembra-se do quanto brigamos pela retirada dos "sete gatinhos", dos embates e desgastes decorrentes das discussões sobre o artigo 5-A, culminando com a epopéia pela conversão da tal MP 295 em Lei?;

 

c)     agora, em 2007:  tivemos que retomar esta infindável e insana Campanha de 2005, a partir dos seguintes eventos:

 

                                         I.  30 dias depois de o Governo dizer a) que estávamos equiparados à RF, b) que havia esgotado o seu limite na mesa de negociação, e c) que não havia mais orçamento, todos esses argumentos foram abaixo com aumentos generalizados e generosos para diversas carreiras que sempre estiveram em patamar inferior ao do BC, em evidente demonstração de desprestígio para com a Instituição e para conosco, servidores;

 

                                      II. O SINAL saiu em campo, buscando, em todos os níveis de governo, o reconhecimento para essa insuportável diferenciação. Foram mais de 10 encontros com autoridades, cujos registros não nos permitem esquecer: o SINAL tem tudo documentado (veja a entrevista com o presidente Meirelles na Revista Por Sinal 19, o vídeo de abertura da nossa AND com o Diretor Fleury e o Secretário Sérgio Mendonça, e mais os relatos das reuniões promovidas pelo SINAL, registradas nos Apitos Brasil de 2006 – 68, 81, 85, 90 – e de 2007: 35, 40, 43, 44)

 

                                    III.  Surgiram as ameaças representadas pelo PLP 1, e o tempo urgia: não tivemos dúvida em chamar a categoria à mobilização, mesmo diante do descrédito de alguns e da oposição de outros.  Esse fato propiciou  chegarmos ao momento presente, tão decisivo da nossa história profissional.

 

 

Entramos hoje no 34º dia de greve: deixamos para trás a marca de 2005.
 

 

É um recorde para não esquecermos.  Isso porque, nesta retomada de Campanha, há duas questões para serem sempre lembradas:

 

·         estamos diante de um embate que demonstra as fragilidades, incoerências e inconseqüências de ações governamentais absolutamente desnecessárias;

 

·         esta marca é mais um símbolo de que somos capazes de nos unir – apesar de todas as adversidades e diferenças ainda não resolvidas – para buscar o que é justo e lutar pela nossa dignidade profissional.

 

 

Quantos dias ainda temos pela frente?
 

 

 
 

Servidores na greve em Brasília (25.05.07)

Se depender de nós, servidores em greve, a solução pode estar próxima, pois as condições postas para o retorno ao trabalho dependem única e exclusivamente da resposta do Governo à contraproposta deixada na mesa de negociação, no dia 27.04.07.

 

Ao que o Presidente Meirelles deu a entender como seu engajamento efetivo, na última reunião havida com os representantes sindicais de Brasília, quando sinalizou a construção de uma solução digna para todos, dentro do Governo, que possa ser apresentada e aprovada pelas assembléias, pode ser hoje, pode ser amanhã.

 

O presidente do BC havia sinalizado receber os sindicalistas ontem. Ficamos de plantão até o momento em que ele deixou o Banco, por volta das 19h, e a esperada reunião não aconteceu.

 

Continuamos aguardando a chamada para o encontro agendado, bem como o retorno do Governo à mesa de negociação.

 

Ontem, estranhamente, órgãos de imprensa noticiaram o atendimento de parte de nossas demandas. A fonte não foi citada, mas podemos assegurar que tais informações não partiram da bancada sindical.

 

Nunca é demais dizer que nossa pauta visa, tão somente, a recomposição salarial e a reivindicação de um tratamento digno ao Banco Central e a seus servidores.

 

Tudo pode ser resumido no reconhecimento da importância do BC para a economia brasileira e do trabalho que desenvolvemos pelo país.

 

Até que se tenha, portanto, um desfecho que vá ao encontro desses pleitos, o caminho é manter a mobilização

 

 

Não lutamos contra o Governo.

Defendemos, sim, um futuro melhor para todos:

BC, seus servidores e a sociedade brasileira !

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