Edição 0 - 16/02/2004

PLENÁRIA DOS SERVIDORES DEFINE RUMOS DA CAMPANHA SALARIAL

 

A segunda Plen ria Nacional dos Servidores Federais de 2004 decidiu, ontem, em Bras¡lia, que a categoria nÆo vai abrir mÆo do reajuste emergencial de 50,19%, que abrange as perdas salariais de junho de 1998 – quando o STF obrigou o governo a
pagar o reajuste anual – a dezembro de 2003. Com a presen‡a de mais de trezentos delegados representando dezenas de entidades, inclusive o SINAL, a reuniÆo aprovou tamb‚m um indicativo de greve para abril, que precisa ser ratificado pela pr¢xima Plen ria, marcada para 16 de mar‡o.



O indicativo de greve reveste-se de um significado todo especial, j  que sua aprova‡Æo se d  a quatro dias da Mesa Nacional de Negocia‡Æo Permanente, onde o governo, ao que
tudo indica, dever  expor …s entidades representativas dos servidores que nÆo tem condi‡äes de oferecer um reajuste linear acima de 1,9%. Especula-se, no entanto, que o governo pode incrementar esse reajuste humilhante com mais uma esmolinha, a exemplo dos R$ 59,00 do ano passado.



Dirigentes da CUT sÆo vaiados – A indigna‡Æo contra o governo Lula contribuiu para consolidar o isolamento da CUT na Plen ria. Ainda que seus dirigentes tenham exposto algumas cr¡ticas ao modelo econ“mico implementado por Lula, era vis¡vel que a CUT nÆo abra‡aria uma poss¡vel greve dos servidores com a convic‡Æo e a garra de outros
tempos.



Em fun‡Æo disso, os delegados nÆo perdoavam sempre que os representantes da CUT pediam a palavra. A primeira secret ria da entidade, Denise Dau (que participou do semin rio sobre reforma sindical promovido pelo SINAL no ano passado), foi fragorosamente vaiada ao tentar criticar aqueles que queriam a sa¡da da CUT do F¢rum Nacional do Trabalho (a instƒncia que re£ne governo, sindicalistas e empres rios para preparar mais duas violˆncias contra os trabalhadores: as reformas sindical e trabalhista).



S¢ vamos discutir a sa¡da da CUT do F¢rum com as entidades cutistas e nÆo com correntes que nunca contribu¡ram historicamente para a constru‡Æo da CUT“, disse Denise. O problema ‚ que aquela Plen ria tamb‚m acolhia delegados de entidades nÆo-filiadas … CUT. Al‚m disso, o car ter fechado do F¢rum – que se re£ne em Bras¡lia sem que as entidades de base possam influir no seu andamento – fez crescer as suspeitas de que a CUT, ao falar em nome dos trabalhadores, esteja defendendo posi‡äes que traduzam apenas os seus interesses (e nÆo os dos servidores). Por tudo isso, para dizer o m¡nimo, a interven‡Æo de Denise Dau pecou pela falta de inteligˆncia pol¡tica.



A CUT foi duplamente derrotada na Plen ria. Os delegados, al‚m de pedirem a sa¡da daquela central do F¢rum Nacional do Trabalho, aprovaram tamb‚m uma recomenda‡Æo para que a CUT nÆo negocie em nome do funcionalismo qualquer proposta que nÆo tenha sido aprovada nas plen rias dos servidores.



H  quem diga que a CUT nunca fez muita diferen‡a na hora de puxar uma greve nacional de servidores. Agora, entÆo, que a entidade virou “chapa branca” – ou seja, ‚ mais um bra‡o do governo -, nÆo vai fazer nenhuma falta.



Seja como for, o ˆxito da campanha salarial, com ou sem greve, depende de cada servidor e da unidade das entidades de base que o representam. Se cada um fizer a sua parte, Lula ter  de se dobrar diante das just¡ssimas reivindica‡äes do funcionalismo.

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